
Os motoristas de ônibus de João Pessoa rejeitaram na manhã desta segunda-feira (27) a proposta de conciliação apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP). A categoria reivindica um aumento salarial de 15%, enquanto a proposta das empresas foi de apenas 5%. A audiência ocorreu no Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (TRT-13).
O presidente do Sindicato dos Motoristas, Ronne Nunes, informou que uma proposta alternativa de 6% foi apresentada pela Justiça do Trabalho, além de um vale-alimentação no valor de R$ 570 e um adicional de R$ 150 para motoristas que também atuam como cobradores. Contudo, essa proposta também foi recusada pelo sindicato que representa as empresas de transporte.
Desrespeito à Justiça
Isaac Júnior, presidente do Sintur-JP, lamentou a falta de acordo e criticou a atitude do Sindicato dos Motoristas, que impediu a operação de 60% da frota de ônibus, desrespeitando a decisão judicial. Uma nova audiência, de instrução e julgamento, foi agendada para quarta-feira (29) no TRT.
Na terça-feira (21), uma reunião anterior entre motoristas e Sintur-JP não resultou em consenso, com as empresas oferecendo um aumento de 3%. Com a falta de um acordo, a greve foi oficialmente iniciada na manhã desta segunda-feira.
Reivindicações da categoria
Os motoristas de ônibus exigem, além do reajuste salarial, a retomada do vale-alimentação, que foi suspenso desde 2019, e o fim das jornadas duplas de trabalho. As principais reivindicações incluem:
- Reajuste de 15% no piso salarial
- Aumento de 81% no valor do auxílio-alimentação
- Elevação de 150% na gratificação
- Inclusão de plano odontológico
- Plano de saúde
Essas demandas foram acentuadas pelo recente aumento da tarifa de ônibus, que subiu de R$ 4,90 para R$ 5,20 em 13 de janeiro, sem que houvesse melhorias nos salários dos motoristas, segundo a categoria.
Circulação dos ônibus durante a greve
A vice-presidente do TRT-13, desembargadora Herminegilda Leite Machado, determinou que 60% da frota de ônibus de João Pessoa deveria operar durante a greve. No entanto, na manhã de segunda-feira, a maioria dos ônibus não estava em circulação, resultando em paradas lotadas de passageiros.
Isaac Júnior afirmou que a saída dos ônibus estava sendo bloqueada nas garagens, e que a categoria dos motoristas não estava cumprindo a ordem judicial. “Com a greve já deflagrada, 60% da frota, equivalente a 420 veículos, deveria estar em operação. Infelizmente, o sindicato dos motoristas bloqueou as saídas das garagens, deixando a população sem transporte coletivo”, declarou.
Ronne Nunes, presidente do sindicato dos motoristas, ressaltou que a categoria estava insatisfeita e se recusava a sair das garagens, embora garantisse que alguns ônibus estavam começando a operar lentamente. Por volta das 7h50, a Semob João Pessoa anunciou que os ônibus começaram a sair das garagens.