
A 31ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas mobilizou manifestantes neste domingo (7) no Centro do Recife, em um ato que defendeu a soberania nacional, a proteção do meio ambiente, a democracia e se opôs à anistia solicitada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, assim como os golpistas que participaram dos ataques de 8 de janeiro de 2023.
A manifestação tradicionalmente ocorre em conjunto com o desfile cívico-militar na Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, na Zona Sul do Recife. Os participantes se concentraram no Parque Treze de Maio, no bairro da Boa Vista, e seguiram em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista até a Avenida Guararapes, no bairro de Santo Antônio.
O Grito dos Excluídos é realizado anualmente no Dia da Independência do Brasil e foi criado em 1995 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em colaboração com movimentos sociais e pastorais. Neste ano, o lema foi “A Vida em Primeiro Lugar” e o tema abordou a necessidade de cuidar da casa comum e da democracia como uma luta diária. O foco está na urgência de enfrentar a crise climática, proteger o meio ambiente e reafirmar a soberania nacional.
Durante a mobilização, os participantes também reivindicaram o Plebiscito Popular 2025, que propõe:
- Redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial;
- Fim da escala 6×1;
- Justiça tributária, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e aumento da alíquota para os super-ricos.
“Cuidar da democracia é uma luta de todo dia”, afirmou Marcionita Batista, uma das coordenadoras do ato. Ela destacou a importância de olhar para as minorias, que na verdade representam a maioria da população.
Os manifestantes também exibiram cartazes contra a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de bandeiras em apoio à Palestina e pela valorização dos trabalhadores. Arary Nobre, ativista do Movimento Abrace a Comunidade, participou do ato ao lado da esposa, Gleice Ribeiro, e do filho, Artur. Ela ressaltou a luta por um país igualitário e a realidade de pessoas em situação de vulnerabilidade.
O pajé Juruna, do Povo Karaxuna Wanassu, criticou a nova Lei Geral de Licenciamento Ambiental, conhecida como “PL da Devastação”, que altera o processo de obtenção de licenças ambientais no Brasil. Ele alertou sobre os riscos de desproteger a natureza e os impactos que isso pode ter, lembrando tragédias como as de Brumadinho e Belo Monte.
Para Vanildo Bandeira, advogado e coordenador nacional da Articulação Brasileira de Gays, a manifestação também é uma forma de apoio ao presidente Lula (PT) e ao STF. “Lula faz o que muitos prometeram e não fizeram. Agora, mais do que nunca, é importante que estejamos ao lado dele, fortalecendo o STF e as lutas dos menos favorecidos, pois o congresso atual parece trabalhar contra os interesses do país e entregando a soberania nacional aos Estados Unidos.”