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Grupo de corredores vestidos de preto transforma Recife em movimento de inclusão no esporte
11 de outubro de 2025 / 20:20
Foto: Divulgação

No Recife, a Tropa dos Gorillas, um movimento de corrida, tem atraído uma multidão de participantes. Com um percurso de cinco quilômetros que vai da Zona Oeste ao Centro da cidade, o grupo é conhecido por seu pace coletivo, reunindo centenas de pessoas vestidas de preto. O projeto, idealizado por Luiz Gustavo da Silva Tavares, surgiu de maneira despretensiosa entre amigos, mas rapidamente ganhou força através das redes sociais.

Luiz, conhecido entre os amigos como “gorila”, começou a convidar seus seguidores para se juntarem a ele em corridas. O primeiro encontro, que aconteceu em um domingo, reuniu 35 pessoas, e desde então o número cresceu para mais de 200 participantes que se encontram semanalmente nas noites de quarta-feira. A concentração inicia às 19h, com aquecimento às 19h30, seguido pela corrida.

“Já faz mais de um ano que temos esse movimento, mas agora estamos correndo toda quarta-feira. Antes, era apenas duas vezes por mês, mas sempre sonhei em expandir o grupo”, comentou Luiz.

A popularidade da Tropa dos Gorillas cresceu consideravelmente, especialmente após vídeos viralizarem nas redes sociais. Contudo, o grupo também enfrenta preconceitos e julgamentos. Luiz mencionou que, apesar das críticas iniciais, a comunidade de Recife está começando a entender o verdadeiro propósito do movimento, que visa promover a inclusão no esporte.

Segurança e Apoio da Prefeitura

Uma preocupação importante é a segurança dos corredores, já que eles ocupam parte das vias. A prefeitura do Recife se comprometeu a colaborar com a organização, ajustando o horário das corridas para às 20h30, quando o trânsito é mais tranquilo. Além disso, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) irá monitorar e ajudar com os bloqueios necessários, enquanto o Compaz servirá como base de apoio para os corredores.

O trajeto das corridas é definido no dia do evento, aproveitando o conhecimento local de Luiz e seus amigos. Eles planejam rotas diferentes, sempre mantendo o percurso em cinco quilômetros. Para manter a organização, todos os participantes são incentivados a usar camisetas pretas, que se tornaram a marca do grupo. Recentemente, eles começaram a criar camisas padronizadas para melhorar ainda mais a organização.

A Diversidade na Tropa

Entre os membros da Tropa dos Gorillas, Victor Hugo Menezes de Melo é um dos participantes mais antigos, e leva sua filha Isadora Natália, de 10 anos, para correr. Ele destacou a diversidade do grupo, que inclui pessoas de diferentes idades e origens. Outro corredor, Vitor Gabriel, mencionou como a Tropa o ajudou a superar uma fase de depressão, enfatizando a inclusão social que o movimento promove.

“Na Tropa, conheci pessoas que me motivaram a continuar. É um espaço aberto para todos, sem distinções de classe social, cor ou gênero”, afirmou Vitor, que tem enfrentado desafios de saúde desde o nascimento.

Paula Letícia Fernandes de Lima, nova integrante do grupo, também compartilhou como a participação na Tropa melhorou sua saúde mental e autoestima. Ela se juntou ao movimento após ver a divulgação nas redes sociais e, desde então, tem se beneficiado dos encontros e da energia coletiva.

O projeto não apenas incentiva a prática esportiva, mas também cria um senso de comunidade e apoio mútuo entre os participantes, mostrando que correr pode ser uma atividade inclusiva e transformadora.