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Impacto do aumento de tarifas de Trump na indústria de cana-de-açúcar, uvas e aço em Pernambuco
10 de julho de 2025 / 22:57
Foto: Divulgação

A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ter consequências significativas para a indústria de Pernambuco, afetando especialmente setores como a cana-de-açúcar, uvas frescas e estruturas de aço. A medida, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto, levanta preocupações sobre o planejamento das exportações do estado, que em 2024 teve os Estados Unidos como seu segundo maior comprador.

No ano passado, Pernambuco registrou exportações de US$ 2,1 bilhões, ou R$ 13,4 bilhões, para 139 países, com os Estados Unidos respondendo por 9,43% desse total. Os principais compradores foram:

  • Argentina: R$ 3.526.800.126;
  • Estados Unidos: R$ 1.269.979.812;
  • México: R$ 1.143.502.643.

Entre os produtos mais exportados, destacam-se:

  • Cana-de-açúcar: R$ 327.609.835;
  • Uvas frescas: R$ 190.889.467;
  • Torres e pórticos: R$ 116.640.027.

O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) já está avaliando os impactos dessa decisão. O presidente da entidade, Renato Cunha, expressou sua preocupação, afirmando que a nova tarifa pode desestabilizar o planejamento das exportações, considerando-a uma “quebra de contrato” que prejudica a previsibilidade das usinas e seus plantadores de cana.

Em resposta à situação, representantes da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) se reuniram para discutir estratégias que possam mitigar os possíveis danos. Maurício Laranjeira, gerente de política industrial da Fiepe, alertou que os efeitos podem ser sentidos em uma reação em cadeia, desde a indústria até o consumidor final. Ele ressaltou que, embora Pernambuco seja um estado mais importador, a exportação é uma parte importante da indústria local, e as empresas precisarão revisar sua capacidade de produção e investimentos futuros.

Na carta enviada ao presidente Lula, Trump justificou o aumento da tarifa ao mencionar a relação comercial “injusta” entre os EUA e o Brasil, citando também o julgamento do ex-presidente Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Em resposta, Lula afirmou que o Brasil não aceitará ser tutelado e que a elevação unilateral das tarifas será tratada com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

O mercado financeiro já demonstra cautela em relação a essa nova tarifa, que pode trazer incertezas adicionais para a economia local.