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Impactos da greve dos rodoviários na Grande Ilha: comércio vazio, aulas afetadas e atrasos no trabalho
18 de fevereiro de 2025 / 17:47
Foto: Divulgação

A greve dos rodoviários de São Luís entrou em seu segundo dia nesta terça-feira (18), impactando a rotina de aproximadamente 700 mil pessoas que dependem do transporte público na capital e nas cidades vizinhas, como São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar.

Com a ausência de ônibus nas ruas, muitos passageiros estão enfrentando dificuldades para chegar ao trabalho, optando por alternativas como vans e “carrinhos-lotação”. Uma usuária relatou: “Para chegar no trabalho tá ruim. Eu pego carrinho do meu bairro para chegar aqui e aqui eu pego outro ônibus”.

A escassez de opções de transporte alternativo tem levado os usuários a se apertarem em vans lotadas e a pagarem mais caro por serviços de transporte por aplicativo. Um dos usuários, Valter, afirmou: “Tá sendo difícil conseguir, mas a gente tem que dar um jeito. Estou indo para o trabalho e devo gastar no mínimo uns R$ 15 a 20”.

Além dos trabalhadores, os estudantes também estão sendo severamente afetados pela greve. Muitos têm se deslocado a pé, de carona ou utilizando veículos próprios. No Centro Educa Mais João Francisco Lisboa, por exemplo, apenas 15 alunos compareceram às aulas na segunda-feira (17). A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que as aulas nas escolas públicas não serão suspensas, mas somente alunos e professores que não dependem do transporte público poderão participar. Um calendário será criado para repor a carga horária dos estudantes afetados.

A Secretaria Municipal de Educação de São Luís (Semed) também comunicou que as aulas nas escolas municipais seguem normalmente, com exceção das turmas que dependem exclusivamente do transporte coletivo. As unidades escolares foram orientadas a implementar medidas de contingência para garantir a continuidade do atendimento educacional.

O comércio popular de São Luís também está sofrendo com a paralisação. A Rua Grande, um dos principais pontos comerciais da cidade, amanheceu vazia, resultando em prejuízos para os lojistas. Flávio Nascimento, proprietário de uma loja na região, relatou: “Tem sido muito difícil manter o comércio com essa greve. Quem vem para o Centro vem de ônibus ou de transporte alternativo e aí, todos eles aumentam o preço”.

Uma audiência de conciliação entre rodoviários e empresários do sistema de transporte público está agendada para esta terça-feira (18), às 9h, na sede do TRT-MA. A audiência contará com a participação de representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (STTREMA), do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís, da Prefeitura, da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte, da Empresa de Mobilidade do Estado do Maranhão (MOB) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Os rodoviários estão exigindo melhorias nas condições de trabalho e reajuste salarial, apresentando uma proposta de Convenção Coletiva de Trabalho para 2025. As demandas incluem:

  • Ticket de alimentação para motorista que trabalha junto com o cobrador: R$ 1.300
  • Ticket para motorista que atua como cobrador: R$ 1.500
  • Reajuste salarial de 15% para motorista que trabalha junto com o cobrador: R$ 2.961,25
  • Reajuste de 25% para motorista que atua como cobrador: R$ 3.218,75
  • Inclusão de dois dependentes no plano de saúde e odontológico
  • Seguro ao motorista em caso de falecimento

Apesar da determinação da Justiça do Maranhão para que 80% da frota circule durante a greve, os ônibus permanecem parados.

A Prefeitura de São Luís enviou um Projeto de Lei à Câmara Municipal, que visa abrir um novo processo de licitação para a contratação de empresas de ônibus, substituindo as atuais. O prefeito Eduardo Braide afirmou que, se o projeto for aprovado, a licitação será iniciada imediatamente.

Além disso, a Prefeitura também propôs a autorização para o pagamento de corridas por aplicativo enquanto os ônibus não retornam às ruas, utilizando parte do subsídio anual de R$ 89 milhões destinado às empresas de transporte. No entanto, ainda não foram esclarecidos os detalhes de como essa proposta será implementada.