
A cidade de Estreito, localizada no sudoeste do Maranhão, ainda enfrenta sérias dificuldades econômicas em decorrência da queda da ponte Juscelino Kubitschek, que ocorreu em 22 de dezembro de 2024. A estrutura, que fazia a ligação entre os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226, desabou levando veículos e pessoas ao fundo do rio, resultando em 18 vítimas, das quais uma sobreviveu, 14 corpos foram recuperados e três pessoas permanecem desaparecidas. O que restou da ponte foi implodido em fevereiro deste ano.
Com a nova ponte sobre o rio Tocantins em construção e com mais de 60% das obras concluídas, os comerciantes de Estreito depositam suas esperanças na recuperação do fluxo de clientes que antes visitavam a cidade com frequência. Entretanto, a realidade atual é preocupante: muitos lojistas relatam que suas vendas caíram pela metade em comparação ao período anterior ao colapso da ponte.
Desde o desabamento, o movimento nas lojas diminuiu drasticamente, e a maioria dos estabelecimentos comerciais recorre a promoções para atrair consumidores. Apesar desses esforços, os resultados ainda não são satisfatórios. Leonel Barros, vendedor em uma loja de confecção, afirma que “o movimento sempre fraco, nunca melhorou depois da queda da ponte. Quando concluir a ponte, que liberar a passagem de veículos e pessoas, talvez volte a movimentação”.
A situação é agravada pela fila de caminhoneiros que aguardam para atravessar na balsa disponibilizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Essa fila, que se inicia na BR-226, se estende por várias ruas e avenidas, com muitos motoristas esperando mais de cinco horas para acessar o estado vizinho.
Detalhes da nova ponte
A nova ponte, orçada em mais de R$ 171 milhões, terá 630 metros de comprimento, 100 metros a mais que a anterior, e contará com um vão livre de 150 metros. Além disso, a estrutura será 7 metros mais larga, possuindo duas faixas de rolamento de 3,60 metros cada, dois acostamentos de 3 metros, barreiras de proteção tipo New Jersey, e passeios de 2,3 metros em cada extremidade.
Recentemente, as obras da nova ponte foram paralisadas por mais de 24 horas devido a um protesto dos trabalhadores do consórcio responsável pela construção, que reclamavam de atrasos nos pagamentos e outras irregularidades trabalhistas. Após negociações, os trabalhadores retomaram suas atividades, com a promessa de que as pendências seriam regularizadas.
O Dnit, por sua vez, afirmou que está monitorando as obras e que os direitos dos trabalhadores serão garantidos, reforçando o compromisso de fiscalizar o cumprimento do contrato e assegurar a continuidade dos serviços.