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Inauguração de memorial homenageia matriarcas das religiões de matriz africana em Salvador
28 de novembro de 2025 / 17:56
Foto: Divulgação

Foi inaugurado, nesta quinta-feira (27), o Memorial das Matriarcas, um espaço dedicado às importantes figuras femininas das religiões de matriz africana, localizado no bairro do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador.

O memorial foi instalado na casa onde nasceu Maria Stella de Azevedo Santos, conhecida como Mãe Stella de Oxóssi, uma das mais renomadas ialorixás do Brasil. A cerimônia de inauguração contou com a presença de autoridades e representantes das religiões de matriz africana.

O projeto expositivo foi idealizado para permitir adaptações a cada nova homenagem. A primeira homenageada é a própria Mãe Stella, em celebração ao centenário de seu nascimento.

A curadoria do espaço foi realizada pela ialorixá do Terreiro Ile Axé Opô Afonja, Mãe Ana de Xangô, e por Ebgome Deusimar. Durante o evento, Mãe Ana de Xangô destacou a importância do memorial como um ato de reparação e reconhecimento. “Ele coloca no centro da narrativa mulheres que, durante muito tempo, foram silenciadas ou invisibilizadas, apesar de serem o alicerce das comunidades e guardiãs de saberes ancestrais. Aqui, elas deixam de ser apenas figuras de devoção para se tornarem, como merecem, personagens históricas, intelectuais e lideranças políticas”, afirmou.

O Memorial das Matriarcas possui quatro espaços expositivos internos. Um dos ambientes conta com um terminal de vídeo que exibe entrevistas de Mãe Stella. Em outro espaço, os visitantes podem vivenciar uma experiência imersiva através de um xirê digital criado pelo VJ Gabiru.

Na área externa, um canteiro com folhas sagradas trazidas do Ilê Axé Opô Afonjá e um mural da artista Nila Carneiro prestam homenagem à ialorixá. Logo na entrada, à esquerda, os visitantes encontram um conjunto de fotografias emblemáticas de Mãe Stella. À direita, uma linha do tempo apresenta a trajetória da ialorixá, que começou no candomblé aos 14 anos sob a orientação de Mãe Senhora, no Ilê Axé Opô Afonjá.

Marcelo Lemos, diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), comentou: “Este memorial é um gesto de reverência às matriarcas do candomblé, que com sua coragem e sabedoria reafirmaram a força e ancestralidade do nosso povo, enfrentando preconceitos e intolerâncias.”