A inflação no Recife teve alta de 0,42% em novembro, caindo 0,08 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,50%), mas acima da média nacional (0,39%) e a segunda maior do Nordeste, atrás apenas de Fortaleza (0,44%). O resultado foi influenciado, principalmente, pelo setor de transportes (2,48%), impactado pelas altas na gasolina e no etanol. Na capital pernambucana, a gasolina teve o maior aumento do Brasil, com taxa de 5,20% em novembro. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (10) pelo IBGE.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicomustíveis-PE), Alfredo Pinheiro Ramos, explica que a alta dos combustíveis no Grande Recife pode ser explicada por algumas particularidades regionais. “Diferentemente de outras regiões do País, aqui dependemos em maior medida de combustíveis importados e da refinaria privatizada Acelen, localizada na Bahia. Ambas precificam seus produtos com base no dólar e no preço internacional do barril de petróleo, o que torna os valores mais voláteis e sensíveis às oscilações cambiais”, afirma.
Além dessa questão de mercado, o empresário também destaca problemas de infraestrutura como razão para o aumento dos combustíveis acima da média brasileira no Grande Recife. “A falta de dutos para entrega direta da Petrobras para nossa região agrava a situação, já que precisamos buscar alternativas que frequentemente têm custos mais elevados. Essa conjuntura estrutural faz com que o impacto nos preços seja maior em comparação à média nacional”, destaca.
No setor de transportes, além dos combustíveis, também apresentou alta o transporte público, com taxa de 4,93%. Já os veículos privados ficaram estáveis em novembro (0.18%).