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Inteligência artificial: potencial para gerar novas oportunidades de emprego e fortalecer a economia
19 de setembro de 2025 / 18:04
Foto: Divulgação

A inteligência artificial (IA) está prestes a provocar uma transformação significativa no mercado de trabalho, aumentando a produtividade econômica e gerando novas oportunidades de emprego, conforme aponta o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) em colaboração com a Fundação Dom Cabral. No entanto, essa revolução tecnológica também apresenta desafios, como o risco de desemprego estrutural para trabalhadores cujas funções podem ser substituídas pela automação, caso não haja uma adaptação e qualificação adequadas.

A Expo Indústria Maranhão, que ocorrerá entre os dias 2 e 5 de outubro, abordará o tema “Inteligência Artificial: uma nova revolução”, proporcionando um espaço para discussão sobre os impactos da IA com especialistas da área.

O estudo do WEF projeta que até 2030, a implementação de novas tecnologias, incluindo IA e automação, poderá resultar na eliminação de 92 milhões de empregos em todo o mundo, o que representa 8% da força de trabalho atual. Em contrapartida, estima-se que 170 milhões de novos postos de trabalho serão criados, especialmente em áreas tecnológicas e setores que exigem habilidades atualizadas, resultando em um saldo líquido positivo de 78 milhões de empregos. Essa transformação sugere uma mudança no perfil do trabalhador, que agora deve priorizar competências em inteligência artificial, big data, cibersegurança e outras tecnologias digitais. Além disso, habilidades como pensamento analítico, resiliência, liderança e criatividade tornam-se essenciais para navegar nesse novo cenário.

No Brasil, a transformação digital e a automação podem afetar até 14% dos empregos, o que equivale a cerca de 16 milhões de vagas, especialmente em funções de menor qualificação nas indústrias e setores de serviços. Um aspecto relevante é a lacuna de qualificação, que se apresenta como a maior barreira para a transformação dos negócios no país. Quase 90% das empresas planejam investir em requalificação da força de trabalho nos próximos cinco anos, focando em IA, big data, pensamento crítico e alfabetização tecnológica. Para que essa transição seja bem-sucedida, é crucial que as empresas e o governo promovam treinamentos eficazes e estratégias que permitam aos trabalhadores migrar para funções em crescimento.

Samy Dana, professor de economia e comentarista que será palestrante na Expo Indústria Maranhão no dia 3 de outubro, no Multicenter Negócios e Eventos, destaca que o impacto da IA no mercado industrial brasileiro será imenso, mas não necessariamente resultará na eliminação do trabalho humano. Ao analisar os dados do relatório do Fórum Econômico Mundial, ele ressalta que, embora algumas funções repetitivas estejam em risco, a demanda por profissionais qualificados em tecnologia, como análise de dados, programação e manutenção de sistemas automatizados, já supera a oferta. Portanto, existe um horizonte promissor, desde que haja um investimento robusto em educação tecnológica.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê a criação de 540 mil vagas industriais até o final deste ano, especialmente nos setores de logística, construção civil, vestuário e energia, impulsionadas por novas demandas tecnológicas. Essas oportunidades refletem o potencial da IA em aumentar a produtividade, gerar novos negócios e dinamizar a economia brasileira. Contudo, Samy Dana alerta que, sem políticas eficazes para qualificar e recolocar trabalhadores, o país poderá enfrentar um aumento do desemprego estrutural, com grupos específicos ficando para trás na transição.

Além dos desafios econômicos, o relatório também destaca mudanças demográficas significativas que impactam o mercado, como o envelhecimento da população em países de alta renda e o crescimento da força de trabalho jovem em países de baixa renda, incluindo o Brasil. Esse cenário reforça a necessidade de adaptação rápida do sistema educacional e de treinamento, para que a força de trabalho esteja preparada para as mudanças. A ascensão dos empregos “verdes”, relacionados à sustentabilidade e à transição energética, também cria um campo de oportunidades, alinhado às estratégias globais de combate às mudanças climáticas.

Em resumo, o futuro do trabalho está passando por uma transformação inevitável provocada pela IA e outras tecnologias digitais. O que está em jogo não é apenas a substituição de empregos, mas a capacidade de reinventar funções, requalificar profissionais e construir um ambiente de trabalho mais flexível e inclusivo. Para o Brasil, o desafio é duplo: enfrentar as limitações estruturais de qualificação e aproveitar as oportunidades geradas pela inovação tecnológica para expandir o mercado de trabalho e a produtividade. Se esse equilíbrio for alcançado, a IA poderá se tornar uma força propulsora da economia e da criação de empregos que ainda não existem.