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Inteligência artificial se torna disciplina obrigatória nas escolas do Nordeste
1 de dezembro de 2025 / 21:49
Foto: Divulgação

O Piauí se destaca como pioneiro ao incluir a inteligência artificial como disciplina obrigatória no currículo do ensino médio e do 9º ano do ensino fundamental, a partir de 2024. Essa iniciativa posiciona o estado ao lado de países como China, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que já investem no ensino da IA. Atualmente, o programa “Piauí Inteligência Artificial” beneficia mais de 120 mil estudantes da rede pública, com cerca de 800 professores capacitados em 540 escolas. A parceria para o desenvolvimento do projeto envolve instituições renomadas, como Instituto Federal Farroupilha (IFFar), Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), que contribuíram com a formação docente e a elaboração de conteúdos alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

De acordo com Christian Brackmann, doutor e professor do IFFar, a ideia surgiu a partir de experiências com formação de professores, e teve seu impulso com a decisão da Secretaria de Educação do Piauí de incorporar a disciplina no currículo. O objetivo é preparar estudantes para compreender e interagir criticamente com tecnologias emergentes. O programa aborda não apenas os fundamentos técnicos da IA, como aprendizado de máquina, algoritmos, árvores de decisão e pensamento computacional, mas também reflexões éticas e debates sobre seus impactos sociais.

Apesar de barreiras comuns à implantação da inteligência artificial na educação básica, como a diversidade de formação dos professores e a infraestrutura tecnológica desigual, o Piauí investiu em capacitação semipresencial e metodologias ativas que envolvem atividades práticas e discussões. Os estudantes são estimulados a pensar “sobre a IA e com a IA”, desenvolvendo não só o letramento digital, mas também o pensamento crítico sobre o funcionamento e os limites dos sistemas inteligentes.

A secretaria de Educação destaca que todas as escolas estaduais contam com acesso à internet, e mais de 90% possuem laboratórios de informática com suporte técnico, facilitando a implantação do novo ensino. Para regiões com baixa conectividade, foram desenvolvidas atividades desconectadas, utilizando recursos simples para ensinar conceitos de lógica, dados e tomada de decisão.

O projeto já recebeu reconhecimento internacional: em outubro, foi laureado com o prêmio Rei Hamad Bin Isa Al-Khalifa da Unesco para o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na Educação. Testes aplicados mostram progresso significativo na formação dos professores, com 426 já certificados e atuando nas escolas.

Além disso, alunos demonstram aumento no engajamento, interesse e autonomia, relacionando a inteligência artificial a questões cotidianas como sustentabilidade, redes sociais, fake news e ética digital. Estudantes também participam de feiras e eventos nacionais apresentando projetos que aplicam a IA para resolver problemas concretos na comunidade. O secretário Washington Bandeira reforça que a inteligência artificial, quando bem utilizada, é uma ferramenta valiosa para o aprendizado personalizado e o desenvolvimento da criatividade dos estudantes.