
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), anunciou que na próxima semana se reunirá em Brasília para discutir estratégias de resposta ao aumento de tarifas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O “tarifaço”, que foi inicialmente anunciado no início do mês, foi oficializado nesta quarta-feira (30), estabelecendo uma taxa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, resultando em um total de 50% de tarifas.
Uma lista de produtos isentos de sobretaxa foi divulgada junto ao decreto assinado por Trump. Entre os itens que não sofrerão aumento estão suco de laranja, combustíveis, veículos, aeronaves civis e certos tipos de metais e madeira.
Por outro lado, a lista de produtos que sofrerão taxação é bastante extensa. Na Bahia, conforme informações da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), os setores mais impactados incluem:
- Celulose
- Pneus
- Derivados de cacau
- Setor petroquímico
Esses setores, embora possam ter produtos que individualmente não tenham um grande impacto, quando somados, prejudicam significativamente a cadeia produtiva.
A reunião que Jerônimo Rodrigues havia agendado para esta quarta-feira foi cancelada e remarcada para os dias 5 e 6 de agosto. O encontro contará com a presença de outros governadores do Consórcio Nordeste, além de ministros e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governador afirmou: “Na manhã de terça-feira, me reunirei com o consórcio dos governadores do Nordeste. Tomaremos uma posição conjunta em uma assembleia, e, em seguida, me reunirei com o presidente Lula e com os ministros do Conselho de Desenvolvimento Econômico, para que possamos discutir uma ação coletiva. Na quarta-feira, teremos uma reunião com o presidente ou com Geraldo Alckmin para entender quais serão os próximos passos.”
Jerônimo Rodrigues também criticou a decisão de Trump, descrevendo o tarifaço como uma “decisão unilateral” que pegou os empresários brasileiros de surpresa. “Normalmente, essa relação comercial é planejada, com propostas apresentadas, permitindo que os empresários preparem contratos de exportação, tomem empréstimos e realizem investimentos. O Estado também se prepara. É como se mudassem as regras do jogo enquanto ele já está em andamento”, explicou.
O setor produtivo da Bahia aguarda as medidas que serão tomadas. Carlos Henrique Passos, presidente da Fieb, comentou: “Esperamos que as ações permitam um tempo para que o bom senso nas relações comerciais possa ajudar a construir um novo ambiente de negócios entre Brasil e Estados Unidos.”