
A climatologista Sara Cardoso, coordenadora da Sala de Monitoramento e Prevenção de Eventos Climáticos Extremos da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh-PI), alerta para um cenário preocupante no estado. Durante todo o mês de julho, a previsão é de altas temperaturas e baixa umidade, com condições mais intensas do que no ano anterior.
Atualmente, 72 municípios nas regiões sudeste e sul do Piauí estão sob alerta de baixa umidade, que está entre 20% e 30%, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda níveis acima de 60%. Sara explica que uma frente fria e seca que avançou sobre o território piauiense está causando uma diminuição das temperaturas nas primeiras horas da madrugada, especialmente nas regiões sudoeste e sudeste. No entanto, essa mesma frente bloqueia a entrada de umidade, resultando em baixas umidades extremas durante a tarde e temperaturas elevadas.
Além do desconforto, essa situação aumenta o risco de incêndios florestais, o que leva a climatologista a aconselhar a população a evitar queimar lixo ou resíduos sólidos.
Embora a umidade esteja baixa, 22 municípios no norte do estado estão com alerta amarelo para pancadas de chuvas isoladas, com volumes que podem variar de 30 a 50 milímetros.
As temperaturas neste ano devem ser ainda mais altas em comparação a 2024. O climatologista Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil do Piauí, explica que essa alteração se deve ao término de um ciclo de chuvas que se encerrou no ano passado. Esse ciclo, que começou a se recuperar em 2017, trouxe chuvas mais volumosas a cada ano subsequente, mas a finalização desse ciclo resultou em uma diminuição nos volumes de precipitação.
Werton ainda ressalta que o aumento do calor é influenciado por diversos fatores, incluindo a presença de ar seco e a escassez de nuvens, que permitem uma maior incidência de raios solares, aquecendo a superfície do ar.