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Liderança quilombola do Maranhão representa o estado na cúpula da Amazônia e na COP30
13 de novembro de 2025 / 10:41
Foto: Divulgação

A COP30, conferência internacional sobre mudanças climáticas, também tem gerado grande mobilização entre os jovens, como exemplificado pela participação da estudante Ana Luiza Luz dos Santos, de 20 anos. Ela foi uma das selecionadas para a 1ª Cúpula de Jovens Líderes da Amazônia, realizada entre os dias 2 e 6 de outubro, onde discutiu questões relacionadas ao meio ambiente, políticas públicas e desenvolvimento sustentável. Para ser escolhida, Ana precisou comprovar seu envolvimento em causas socioambientais por meio de um formulário detalhado.

Ana, que possui um currículo impressionante, já participou de um intercâmbio na França e foi bolsista integral da Yale University, onde se dedicou a estudar Política, Direito e Economia. Além disso, ela é cofundadora do Núcleo de Estudos Socioambientais em Relações Internacionais da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), onde está no 6º período do curso de Relações Internacionais.

Para a jovem, a Cúpula foi mais do que um evento; foi uma oportunidade de aprendizado e de troca de experiências com outros jovens de diferentes estados, todos com o mesmo objetivo de encontrar soluções para os desafios enfrentados pela Amazônia. “Acho que todas as experiências ajudam a construir um futuro profissional capaz de impactar a comunidade. O mais importante dessa cúpula é criar uma rede com outras lideranças amazônicas e trocar vivências”, destacou Ana.

Natural de São Luís (MA), Ana Luiza tem uma forte conexão com suas raízes. Ela compartilhou que sua trajetória é profundamente influenciada por sua ancestralidade e pela história de sua família, que é originária do Quilombo Rampa, em Vargem Grande (MA). “Toda a minha família é do Quilombo Rampa, tanto por parte de pai quanto de mãe. Meus avós saíram do quilombo na década de 1970, em busca de trabalho e educação para os filhos”, contou.

As memórias da infância de Ana são marcadas por suas visitas ao quilombo, onde ela sente um forte sentimento de pertencimento. “Esse sentimento de pertencimento me liga à família, principalmente aos meus avós, e também orienta minha trajetória acadêmica e profissional”, afirmou.

Ana escolheu o curso de Relações Internacionais por sua paixão por política, geografia e história, buscando entender as relações entre povos e culturas. “Sempre gostei de política, tanto nacional quanto internacional, além de geografia e história. No ensino médio, percebi que Relações Internacionais era o curso que mais combinava com meus interesses e com o futuro que eu queria”, explicou.

A família de Ana é sua maior fonte de inspiração. “Com certeza minha família é minha maior inspiração. Meus avós são exemplo de vida e esforço, assim como todos que lutaram para que eu tivesse as oportunidades que tenho hoje”, declarou.

Ana Luiza participou como painelista no debate “Declaração de Jovens Líderes da Amazônia” durante a COP30, onde apresentou o documento final da cúpula e discutiu as perspectivas futuras para a região. Em uma entrevista ao Jornal Nacional, ela enfatizou a importância da voz dos jovens nas discussões sobre mudanças climáticas: “Nós somos quem mais vai sentir os efeitos das mudanças climáticas no futuro. É fundamental que tenhamos voz nesses espaços”.