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Lula quer impulsionar exploração de petróleo no Nordeste pela Margem Equatorial
14 de fevereiro de 2025 / 10:29
Foto: Governo Federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) autorize a Petrobras a realizar pesquisas e perfurações nos estados do Nordeste que fazem parte da Margem Equatorial.

A região é considerada uma das mais promissoras para a descoberta de novas reservas de petróleo no Brasil, mas a exploração enfrenta resistência de ambientalistas devido aos possíveis impactos ambientais.

Em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá (AP), Lula destacou a importância de avançar nas pesquisas para confirmar o potencial de toda essa região. “Não é que vou mandar explorar, eu quero que ele seja explorado. Agora, antes de explorar, temos que pesquisar, temos que ver se tem petróleo, a quantidade de petróleo, porque muitas vezes você cava um buraco de 2 mil metros de profundidade e não encontra o que imaginava”, disse o presidente.

O Potencial da Margem Equatorial

A Margem Equatorial é uma área estratégica que abrange cinco bacias sedimentares em alto-mar, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte. A Bacia da Foz do Amazonas, em particular, tem chamado a atenção por seu potencial de conter grandes reservatórios de petróleo, semelhantes aos descobertos na Bacia Guiana-Suriname, que já renderam 11 bilhões de barris de petróleo aos países vizinhos.

No entanto, a exploração na região tem muitas controvérsias. Em maio de 2023, o Ibama negou uma licença para prospecção marítima na Foz do Amazonas, citando inconsistências técnicas no Plano de Proteção à Fauna apresentado pela Petrobras. Desde então, a estatal vem trabalhando para ajustar o projeto e atender às exigências do órgão ambiental.

Investimentos e Planos da Petrobras

O Plano Estratégico da Petrobras 2024-2028 prevê investimentos de US$ 3,1 bilhões na Margem Equatorial, com a perfuração de 16 poços exploratórios. Atualmente, a empresa só tem autorização para perfurar dois poços, ambos na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. A estatal já opera 11 concessões na região, sendo que cinco estão em fase de produção e seis estão em processo de devolução devido à falta de descobertas significativas.

Dados sobre a Exploração na Margem Equatorial

AspectoDetalhes
LocalizaçãoMargem Equatorial (Amapá ao Rio Grande do Norte)
Bacia em DestaqueFoz do Amazonas (FZA-M-59)
Potencial EstimadoReservatórios semelhantes à Bacia Guiana-Suriname (11 bilhões de barris)
Investimentos PrevistosUS$ 3,1 bilhões (2024-2028)
Poços Autorizados2 (Bacia Potiguar)
Poços em Produção5
Poços em Devolução6
Desafios AmbientaisProteção à fauna marinha, planos de emergência, impactos ecológicos

Histórico e Perspectivas Futuras

A exploração na Margem Equatorial não é nova. Desde a década de 1980, a região vem sendo estudada para a descoberta de novas reservas de petróleo. No entanto, muitos poços exploratórios foram abandonados devido a acidentes mecânicos ou falta de resultados significativos. A descoberta de grandes volumes de petróleo na Bacia Guiana-Suriname, em 2015, reacendeu o interesse na região, que possui características geológicas semelhantes.

Para Lula, a exploração do petróleo na Foz do Amazonas é essencial para financiar a transição energética no Brasil. “Dessa riqueza é que vamos ter dinheiro para construir a famosa e sonhada transição energética”, afirmou o presidente. Desse modo, destacando a importância de equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

O debate sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas reflete os desafios de conciliar desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental. Enquanto o governo defende a necessidade de pesquisar e explorar o potencial da região, ambientalistas alertam para os riscos de impactos irreversíveis ao ecossistema marinho.

Com a pressão do governo e os ajustes nos planos da Petrobras, a decisão final do Ibama será crucial para definir o futuro da exploração na Margem Equatorial. Enquanto isso, o Brasil aguarda ansioso por uma solução que equilibre progresso e preservação.