
O Maranhão enfrenta um aumento alarmante no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com mais de 2 mil notificações registradas em 2025. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) revelam que 82,57% das 115 mortes causadas pela doença foram de pessoas que não estavam vacinadas contra a influenza.
Entre os óbitos, os idosos com 80 anos ou mais foram os mais afetados, totalizando 27 mortes. Outras faixas etárias também foram impactadas: 19 óbitos ocorreram entre pessoas de 70 a 79 anos, 18 em menores de 1 ano, 12 em crianças de 1 a 4 anos, 2 entre 5 e 9 anos e 7 em adolescentes de 10 a 19 anos.
A SRAG é uma condição grave que pode surgir a partir de síndromes gripais, afetando a respiração e, em casos severos, exigindo internação. Os sintomas incluem febre, dores no corpo, tosse persistente e dificuldade para respirar, podendo ser causados por diversos agentes, como vírus e bactérias. Pacientes vulneráveis, especialmente os idosos, estão em maior risco de complicações fatais.
Até o momento, foram aplicadas 1.056.126 doses da vacina no estado, mas a cobertura vacinal entre os grupos prioritários, que incluem crianças, idosos e gestantes, é de apenas 33,05%. Dentre os casos confirmados, 281 são atribuídos ao vírus da Influenza, enquanto a Covid-19 também tem contribuído para o aumento das notificações.
A capital, São Luís, apresenta uma cobertura vacinal de 34,10%, com Sucupira do Riachão liderando em adesão com 91,90%, e Bequimão apresentando o menor índice, de apenas 12,32%.
Além das mortes, o Maranhão já registrou 2.168 casos confirmados de SRAG em 2025, seguindo uma tendência observada em outros estados, onde o aumento significativo de casos tem sido especialmente notável entre idosos e crianças pequenas, que são os mais vulneráveis.
Em resposta ao aumento de casos, três cidades do interior do Maranhão suspenderam as aulas. Para atender à demanda crescente por cuidados médicos, um hospital de campanha foi montado no estacionamento do Multicenter Sebrae, em São Luís, funcionando como ponto de triagem para casos leves, com atendimento das 7h à meia-noite.
Os especialistas apontam que vários fatores podem ter contribuído para o aumento dos casos nesta temporada de influenza:
- Possível mutação do vírus – uma alteração no vírus pode ter facilitado a transmissão e tornado a doença mais agressiva este ano.
- Alterações climáticas – condições climáticas diferentes do esperado podem ter favorecido a disseminação do vírus, especialmente em um clima mais seco.
- Baixa cobertura vacinal – os baixos índices de vacinação em todo o país facilitam a circulação e transmissão do vírus.
A vacinação contra a gripe está disponível em diversos locais da capital. Confira onde se vacinar:
- Shopping São Luís – Segunda a sábado, das 10h às 22h;
- Policlínica do Vinhais;
- Policlínica da Cidade Operária;
- Hospital da Vila Luizão;
- Hospital Genésio Rêgo;
- Hospital Aquiles Lisboa;
- Postos municipais de saúde.
Para se vacinar, é necessário levar documento de identificação, cartão do SUS e cartão de vacinação. A vacinação é gratuita e está disponível para todos os grupos prioritários.