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Mais de mil pacientes no Piauí sem tratamento oncológico devido a impasse entre hospital e governo
24 de abril de 2025 / 18:03
Foto: Divulgação

O Hospital São Marcos, uma das principais referências no tratamento de câncer no Piauí, anunciou na última quinta-feira (24) a suspensão dos atendimentos oncológicos para mais de 1 mil pacientes devido à “absoluta falta de medicamentos”. A maioria dos usuários atendidos pela instituição é oriunda do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a administração do hospital, a crise financeira que levou à interrupção dos serviços é resultado de um atraso de 19 meses nos repasses contratuais por parte da Prefeitura de Teresina. Em 2025, a gestão municipal teria repassado um total líquido de R$ 19 milhões, que incluem recursos do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde do Piauí (Sesapi), apenas transferidos pela Fundação Municipal de Saúde (FMS).

O hospital esclareceu que, considerando apenas os principais procedimentos de alto custo, o custo médio por atendimento foi de aproximadamente R$ 1,4 mil, um valor que não cobre as despesas com medicamentos oncológicos, equipe multiprofissional, insumos hospitalares e a infraestrutura necessária.

Em nota, o Hospital São Marcos destacou que, apesar dos esforços contínuos da equipe médica e da gestão hospitalar, mais de 1 mil pacientes estão com seus tratamentos atrasados, o que representa um risco significativo para suas vidas.

Durante uma entrevista à TV Clube em 16 de abril, o presidente da FMS, Charles da Silveira, afirmou que, neste ano, a pasta havia repassado R$ 24 milhões ao Hospital São Marcos, garantindo que os valores estavam sendo distribuídos de maneira correta. No entanto, na mesma data, o diretor técnico do hospital, Marcelo Martins, informou que parte do montante foi retida devido a empréstimos, enquanto outra parte foi destinada à complementação do piso nacional da enfermagem. Assim, apenas R$ 19 milhões estariam disponíveis para o tratamento direto dos pacientes com câncer.

A equipe de reportagem tentou novamente entrar em contato com a Fundação Municipal de Saúde e com o Ministério da Saúde, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria, e aguarda um posicionamento oficial.