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Maranhão se destaca na agenda climática da COP30 com a bioeconomia do babaçu
21 de novembro de 2025 / 19:47
Foto: Divulgação

A cultura do coco babaçu se destacou na COP30, realizada em Belém, sendo apresentada como uma solução inovadora do Maranhão que integra geração de renda, preservação ambiental e valorização de saberes tradicionais. A liderança comunitária Cornélia Rodrigues, conhecida como Nelinha do Babaçu, foi uma das principais vozes que representaram o estado no evento.

Durante a COP30, o Maranhão exibiu tecnologias e produtos inovadores derivados do babaçu, incluindo bebidas vegetais e canudos sustentáveis, atraindo a atenção de representantes de diversas nações. Nelinha enfatizou: “O mundo está conhecendo o Maranhão, o Maranhão da indústria e das soluções ambientais”.

Bioeconomia com Identidade

Nos debates sobre bioeconomia, o babaçu foi destacado como um modelo de cadeia produtiva que cresce em harmonia com o território e as tradições locais. Segundo Nelinha, essa expansão é viável por meio da combinação de conhecimento ancestral e inovações tecnológicas. Ela afirmou: “Juntamos saberes tradicionais com inovações atuais para desenhar uma nova indústria onde todos sejam beneficiados”.

O babaçu não é apenas um recurso natural vital para a conservação das florestas, mas também uma fonte histórica de renda para comunidades quilombolas e milhares de mulheres que dependem do extrativismo. Essas mulheres desempenharam um papel central nas discussões da COP30, onde, após décadas de luta, conseguiram transmitir sua mensagem. Nelinha declarou: “O mundo entendeu a importância de 350 mil mulheres que cuidam de uma floresta em pé para que a humanidade continue habitando esse planeta”.

Parcerias e Desafios

Para fortalecer a cadeia produtiva do babaçu, Nelinha defende a necessidade de mais investimentos em cooperativas, uma vez que o trabalho é coletivo e exige organização para assegurar preços justos e melhores condições de produção. Ela ressalta que 90% da atividade é realizada por mulheres e que é urgente implementar mecanismos que garantam saúde, segurança e qualidade de vida para aqueles que extraem a matéria-prima.

A liderança também destacou que a nova indústria do babaçu deve gerar valor tanto para os produtores quanto para os processadores, visando que todo o ciclo da bioeconomia beneficie diretamente as comunidades tradicionais, que são as guardiãs do território onde o babaçu prospera.

Voz que Atravessa Fronteiras

A presença do Maranhão na COP30 sublinhou a relevância das florestas vivas e de modelos econômicos que respeitam a cultura, o meio ambiente e os direitos sociais. Para Nelinha, este é um momento histórico para as quebradeiras de coco, que finalmente tiveram seu trabalho reconhecido em um dos mais importantes eventos climáticos do mundo. “O mundo entendeu a importância de 350 mil mulheres que cuidam de uma floresta em pé para que a humanidade possa continuar habitando nesse planeta”.