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Maranhenses adiam a maternidade e reduzem número de filhos, revela IBGE
28 de junho de 2025 / 10:11
Foto: Divulgação

O Censo Demográfico 2022 revelou uma transformação significativa nos padrões familiares e reprodutivos no Maranhão. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias maranhenses estão se tornando menores e a maternidade está sendo adiada.

A média de filhos por mulher no estado caiu para 1,75, uma redução drástica em comparação aos 7,26 filhos registrados na década de 1970. Essa tendência reflete um movimento observado em todo o Brasil, onde a média nacional também diminuiu, passando de 6,3 filhos em 1960 para 1,6 filhos atualmente.

Este número está abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher, considerado essencial para manter a estabilidade populacional ao longo das gerações.

O que é reposição populacional?

A reposição populacional refere-se ao número médio de filhos que cada mulher deve ter para que uma geração substitua a anterior, mantendo a população estável. O ideal, segundo organizações internacionais, é de 2,1 filhos por mulher, o que compensa nascimentos e mortes, além de considerar mulheres que não têm filhos.

A mudança na mentalidade sobre a maternidade é evidente entre as novas gerações. A estudante de Comunicação, Ana Gabriela Serra, expressa que a maternidade não está em seus planos imediatos: “Eu tenho outros planos para agora. Formar, me estabilizar, ter um trabalho, viajar e, somente depois, ter filhos”.

Maria Vitória, uma autônoma que cresceu em um contexto onde ter muitos filhos era comum, observa essa mudança com naturalidade: “Uma opção de cada um. Tem umas que querem ter cinco, quatro, ou nenhuma. Tudo bem.”

Reinaldo Barros, analista do IBGE, alerta que o Maranhão pode enfrentar uma desaceleração populacional. “Esses números apontam que, de fato, a população do Maranhão tende mais a encolher no futuro do que crescer”, afirma.

Escolaridade e suas influências

O levantamento também destaca a relação entre o nível de escolaridade e as decisões reprodutivas. Mulheres com ensino superior no Maranhão têm, em média, 1,4 filhos, enquanto aquelas que não concluíram o ensino fundamental têm uma média de 2,2 filhos, superando a média nacional para esse grupo, que é de 2 filhos.

Outro dado relevante é a idade média em que as mulheres têm filhos. Em 2010, essa média era de 25,6 anos, e em 2022, subiu para 26,9 anos. No Brasil, a média é ainda maior, atingindo 28,1 anos.

As diferenças raciais também se refletem nas estatísticas: as mulheres brancas no Maranhão tendem a ter filhos mais tarde em comparação às mulheres pretas ou pardas. Maria Eduarda Muniz, estudante de Comunicação, observa que “a falta de acesso a educação sexual e a condições básicas de vida aumenta as chances de gravidez não planejada entre mulheres de baixa renda”.