Situada no Seridó do Rio Grande do Norte e em localização estratégica, uma vez que está no meio do Estado e perto da divisa com a Paraíba, Currais Novos se destacou em 2024 como a quarta cidade que mais gerou emprego em todo o RN. Entre admissões e demissões, o saldo de empregos foi de 1.502, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A motivação para a criação de novas vagas , segundo representantes da prefeitura e moradores da cidade, é uma “corrida do ouro” que acontece em Currais Novos, com uma mina prestes a explorar o mineral em 2025, e o crescimento das energias renováveis, entre parques eólicos e solares.
Segundo os dados do Caged, de janeiro a outubro, Currais Novos ficou atrás somente de Natal, Mossoró e Parnamirim no saldo de empregos, número considerado expressivo e comemorado pelo prefeito Odon Junior (PT), que encerra um mandato de oito anos no próximo dia 31. Considerando somente outubro, a cidade ficou em segundo lugar entre todos os municípios do RN que mais geraram empregos nas Micro e Pequenas Empresas (MPEs).
“Saíram dados recentes sobre as micro e pequenas empresas nos quais a segunda cidade que gerou mais emprego em 2024 foi Currais Novos e não somos a segunda maior em população. Tivemos uma evolução: em quatro anos saímos de 4 mil empregos de carteira assinada para quase 5,5 mil empregos e a prefeitura sempre fomentando esse desenvolvimento com a fábrica de cimento, a mineração, as empresas junto a Câmara de Lojistas buscando incentivar os eventos”, explica, acrescentando ainda que projetos e empreendimentos eólicos na região do Seridó impulsionam empregos. “Temos uma subestação e uma linha de transmissão sendo construída de Currais Novos até Santa Luzia. Temos obra em todos os bairros, todo mundo construindo e reformando”, cita Odon.
Em relação ao projeto Aura Borborema, o diretor de operações da empresa Aura Minerals, Fred Silva, cita que atualmente são gerados 2.000 empregos diretos com a instalação da mina de ouro em Currais Novos. A licença para extração foi concedida em março do ano passado e, desde então, a mina tem sido construída junto a uma empresa terceirizada.
“Nosso projeto foi iniciado ano passado com a construção, que tem gerado mais de 2 mil empregos diretos nessa fase de obras e isso tem movimentado a cidade porque mais de 70% desses postos de trabalho são de Currais Novos e cidades vizinhas. Nossa meta é entrar em operação no primeiro trimestre de 2025, gerando produção de minério associado ao ouro, que vai continuar mantendo aproximadamente 1.000 postos de trabalho gerando receitas adicionais em Currais Novos em função dos impostos e da compensação pelo uso do solo na região”, explica Fred Silva.
“Essa é uma mina diferenciada no Brasil por dois motivos: ela nasce no conceito de aproveitarmos água de reuso, que é a água de esgoto de Currais Novos, então não vamos utilizar água nova. Vamos tratar esse efluente e utilizar na operação. Isso viabiliza uma operação de 2 milhões de toneladas/ano de material tratado. Vamos produzir aproximadamente 2 milhões de toneladas de mineiro de ouro na nossa planta em Currais Novos. Esse ouro basicamente fará a mesma cadeia do ouro das minas brasileiras: pode ir pra banco, joalherias. Em sua maioria não fica no Brasil, porque a maioria dos compradores são do exterior”, acrescenta.