
O projeto de construção da hidrovia que ligará as cidades de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia, até Pirapora, em Minas Gerais, foi apresentado pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, nesta sexta-feira (13). A iniciativa visa facilitar o escoamento da produção agrícola e de outros materiais, promovendo uma integração hidroviária entre o Nordeste e o Centro Sul do Brasil.
Durante a cerimônia, realizada no auditório da Fundação Nilo Coelho, em Petrolina, o ministro destacou que o investimento total na hidrovia será de R$ 1 bilhão, abrangendo uma extensão navegável de 1.371 km. A abertura do processo licitatório está prevista para ocorrer dentro de um ano, embora não haja uma data definida para o início das obras.
Silvio Costa Filho enfatizou a importância do projeto, afirmando que “esperamos iniciar o processo licitatório nos próximos 12 meses”. Ele também mencionou que, em junho, o governo avançará na delegação das operações para que a Companhia das Docas da Bahia (Codeba) possa conduzir o projeto de concessão, conectando a hidrovia ao Nordeste.
O governo acredita que a nova hidrovia não apenas facilitará o escoamento da produção, mas também reduzirá os custos logísticos em até 40%, impulsionando o crescimento e o desenvolvimento da região. “Além de ajudar no escoamento da produção, vai estimular a agenda de crescimento e do desenvolvimento da região”, acrescentou o ministro.
Para garantir a eficiência do transporte hidroviário, o governo pretende incentivar a iniciativa privada a investir na compra de embarcações. O ministro também destacou que “a cada 25 embarcações, são 500 caminhões a menos nas estradas, o que reduz custos logísticos e operacionais”.
Integração com Ferrovias
O projeto da hidrovia inclui a integração com ferrovias estratégicas, como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e a Ferrovia Centro-Atlântica, facilitando o acesso aos portos de Aratu, na Bahia, e a outras regiões.
Entretanto, o assoreamento do Rio São Francisco é um desafio a ser enfrentado. Para assegurar a navegabilidade, o ministro mencionou a necessidade de realizar dragagens em pontos críticos do rio. “Precisaremos fazer a dragagem para a embarcação passar e, a partir daí, incutir a cultura do transporte hidroviário no setor produtivo”, explicou.
A expectativa é que a navegação comercial no São Francisco seja retomada a partir de 2026, com a gestão da nova hidrovia sob responsabilidade da Codeba. Inicialmente, estima-se que serão transportadas cerca de 5 milhões de toneladas por ano.