João Pessoa 28.13 nuvens dispersas Recife 28.02 nuvens dispersas Natal 28.12 nuvens dispersas Maceió 29.69 algumas nuvens Salvador 27.98 nublado Fortaleza 29.07 céu limpo São Luís 30.11 algumas nuvens Teresina 34.84 nuvens dispersas Aracaju 27.97 nuvens dispersas
Mulheres do babaçu apresentam demandas territoriais do Maranhão na COP30
16 de novembro de 2025 / 12:11
Foto: Divulgação

As mulheres quebradeiras de coco do Maranhão apresentaram suas demandas na COP30, que acontece em Belém (PA), destacando a necessidade de regularização fundiária, proteção dos babaçuais e acesso a recursos para ações climáticas em seus territórios.

Organizadas pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), cerca de 100 mulheres representaram o Maranhão e outros estados da região, como Piauí, Pará e Tocantins, entre os dias 10 e 21 de novembro. Essas mulheres são parte de um grupo de mais de 300 mil extrativistas da Amazônia e do Cerrado, e sua participação na COP30 inclui uma programação diversificada, com falas, mesas de debate, atos públicos, apresentações culturais e exibições de filmes que evidenciam seu papel na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas.

Durante o evento, as quebradeiras de coco ocuparam espaços oficiais, como a zona azul, onde participaram da mesa “Fundo Babaçu: Experiência Comunitária de Financiamento Climático”, e a zona verde, onde lançaram o documentário “Babaçu Livre: Território, Mulheres e Clima”. Este documentário ressalta a luta dessas mulheres pelo direito de acesso e uso dos babaçuais, essenciais para sua sobrevivência e para a preservação ambiental.

Além disso, na Cúpula dos Povos, que ocorre na Universidade Federal do Pará (UFPA), elas participaram de painéis sobre justiça climática, gênero e direitos territoriais, além da Marcha dos Povos pelo Clima, realizada no último sábado (15). A coordenadora geral do MIQCB enfatizou a importância da luta pela justiça climática e territorial, afirmando que “sem território livre não existe babaçu livre, não existe equilíbrio de clima”.

As quebradeiras de coco também trouxeram à conferência experiências de bioeconomia comunitária, autogestão e governança climática. Um dos principais projetos destacados foi o Fundo Babaçu, que faz parte da Rede de Fundos Comunitários da Amazônia e financia iniciativas lideradas por mulheres em seus territórios.

A delegação ainda defende a aprovação de um decreto federal que trata da regularização fundiária e o fortalecimento da Lei Babaçu Livre, que garante o acesso aos babaçuais e contribui para as metas climáticas do Brasil. Marinalda Rodrigues, uma das quebradeiras de coco, ressaltou a importância do fundo babaçu para a produção de azeite e óleo, fundamentais para sua atividade econômica.

As atividades da delegação seguem até o domingo (16), com participação em audiências públicas com a Presidência da COP e mesas de discussão sobre justiça climática e o papel das mulheres na defesa de seus territórios. Ao longo da COP30, o MIQCB tem destacado a luta por autonomia, reconhecimento e políticas públicas que assegurem o direito das quebradeiras de coco de existir e produzir em seus territórios, uma pauta que abrange questões de gênero, clima, economia e ancestralidade.