
Natal, capital do Rio Grande do Norte, enfrenta sérios problemas devido às fortes chuvas que atingiram a região nesta quarta-feira, 18 de junho. Nos últimos 24 horas, a cidade registrou aproximadamente 125 milímetros de precipitação, o que corresponde a mais de um terço do total esperado para todo o mês de junho, conforme informações do governo estadual.
O volume significativo de chuva resultou em alagamentos em diversas ruas e avenidas, além de transbordamento de lagoas de captação e quedas de árvores e postes. O setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) alerta que a população deve se preparar para mais chuvas ao longo do dia, com previsão de intensidade variando de moderada a fraca, mas com possibilidade de pancadas mais fortes em determinados momentos.
O meteorologista Gilmar Bristot destacou que a segunda quinzena de junho e o mês de julho apresentam uma maior probabilidade de chuvas na região. Ele explicou que o aquecimento do Oceano Atlântico e o fortalecimento da alta pressão do Atlântico Sul têm contribuído para o aumento da umidade e, consequentemente, das chuvas. Em algumas localidades do Litoral Leste do estado, as precipitações já ultrapassaram os 100 milímetros.
Os transtornos causados pela chuva foram intensificados entre a madrugada e o início da manhã, com alagamentos severos. No Loteamento José Sarney, na Zona Norte, a água invadiu residências, enquanto em Nova Parnamirim, um muro de condomínio desabou, atingindo seis veículos, mas felizmente sem feridos.
Em outro condomínio na Zona Leste, a água invadiu garagens, deixando carros de luxo submersos. Às 8h da manhã, pelo menos 11 ruas ou avenidas importantes estavam intransitáveis, segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal.
Além dos alagamentos, quedas de árvores afetaram o sistema elétrico, deixando parte da população sem energia. A companhia elétrica local registrou duas ocorrências relacionadas a esses eventos. Na praia de Ponta Negra, a área que passou por engorda da faixa de areia ficou alagada, e uma cratera se formou novamente próximo ao Morro do Careca, com parte da cerca ao redor da duna desabando.
Na Zona Norte, a situação no loteamento José Sarney foi preocupante, com a água transbordando e invadindo imóveis. A dona de casa Zélia Targino expressou sua angústia ao tentar proteger a cadeira de rodas elétrica da filha, adquirida com muito esforço. “A gente é obrigado a viver assim, porque não temos para onde ir. O jeito é ficar aqui mesmo”, lamentou Zélia, enquanto tentava resguardar o equipamento da água.