O Nordeste do Brasil não apenas se consolida como polo de inovação tecnológica, mas também se prepara para liderar um mercado emergente no país: a produção de medicamentos à base de cannabis. Com perspectivas promissoras, a região se posiciona como protagonista nesse setor que movimenta bilhões e oferece tratamentos revolucionários para diversas condições de saúde.
A revolução da Cannabis Medicinal
A Aliança Medicinal, situada em Olinda, Pernambuco, é a primeira fazenda urbana de cannabis medicinal no Brasil e projeta um crescimento de 650% na produção até 2027.
Atualmente, a entidade produz dois mil frascos anuais de óleo extraído do cânhamo industrial, com diferentes concentrações de CBD (1,5%, 3% e 6%) e THC, atendendo 9 mil pacientes em todo o país. A meta é alcançar 15 mil frascos por ano, acompanhando a regulamentação e a crescente demanda no mercado.
Destaques da Aliança Medicinal | Dados |
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Crescimento projetado | 650% até 2027 |
Capacidade atual | 2 mil frascos/ano |
Meta de produção | 15 mil frascos/ano |
Pacientes atendidos | 9 mil |
Preço inicial | R$ 150 por frasco |
Estrutura e Regulamentação
Instalada no bairro Vila Popular, a entidade opera em 10 contêineres climatizados, equipados com estufas e laboratório para extração de óleo. Até 2026, o número de contêineres deve triplicar, passando para 36. A produção segue rigorosamente as normas da Anvisa e se beneficiou da aprovação da Política Estadual de Distribuição de Medicamentos Derivados da Cannabis, sancionada em Pernambuco.
Impacto Social e Econômico
O tratamento com cannabis medicinal custa entre R$ 200 e R$ 300 por mês, significativamente mais barato que internações hospitalares. Segundo Ricardo Hazin Asfora, diretor executivo da Aliança Medicinal, o aumento na oferta pode reduzir ainda mais os custos, beneficiando pacientes e desafogando o sistema público de saúde.
Hélida Lacerda, presidente da associação, compartilha que o projeto nasceu de uma necessidade pessoal: “Meu filho foi a primeira cobaia. Ele convulsionava até 80 vezes por dia e hoje tem uma crise por mês.” Seu relato inspira milhares de famílias, já que a associação oferece cotas gratuitas para pacientes com prescrição médica.
O Mercado no Brasil
O contexto nacional também reforça a relevância do setor. Desde dezembro de 2023, 15 estados já haviam aprovado o uso da Cannabis medicinal. Alguns deles são Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Norte, e Alagoas. São Paulo, por exemplo, começou a distribuir gratuitamente as medicações em farmácias estaduais do estado em junho de 2024.
Dessa forma, o Brasil alcançou um número recorde de 672 mil pacientes tratados com medicamentos derivados da planta em 2024, um aumento de 56% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, o segmento movimentou R$ 853 milhões em 2024. Esse número representa um crescimento de 22% em comparação a 2023, com projeções apontando para um faturamento de R$ 1 bilhão em 2025.
Com iniciativas como a Aliança Medicinal, o Nordeste reforça sua posição estratégica no mercado emergente de cannabis medicinal, gerando impacto positivo tanto na saúde pública quanto na economia local.