O Nordeste foi palco de um resgate em alto mar digno dos filmes de Hollywood. O caso ocorreu no último dia 15 de março. Nesta data, um grupo de cinco brasileiros e um holandês que viviam momentos de tensão em alto-mar foram resgatados pelo navio cargueiro Amis Unicorn, de bandeira liberiana, mas pertencente a uma empresa chinesa. Tudo isso após passarem dias à deriva no litoral de Sergipe. O pequeno pesqueiro onde estavam, que partiu de Itajaí (SC) com destino ao Rio Grande do Norte para ser reformado, teve o casco danificado por fortes ondas, levando ao seu naufrágio.

Dias de luta no mar

O problema começou cinco dias antes do resgate, quando os tripulantes perceberam a entrada de água no barco. Eles se esforçaram para retirar o líquido e evitar o naufrágio, mas a situação se tornou insustentável. Sem alternativas, abandonaram a embarcação e buscaram abrigo em uma balsa salva-vidas inflável, onde permaneceram até o encontro do Amis Unicorn.

“Sensação de volta à vida”

Ao mesmo tempo, o capitão do barco pesqueiro, Marcelo Bellas, relatou à agência chinesa Xinhua que o resgate foi um verdadeiro milagre. “Tivemos muita sorte. Foi uma sensação de volta à vida, como se Deus nos desse outra chance”, afirmou emocionado.

Ele também agradeceu ao comandante chinês Huang Yongchao, que, com a ajuda do holandês – o único que falava inglês no grupo –, facilitou a comunicação com os tripulantes do cargueiro. O navio fez escala no porto de Santos (SP), onde o grupo desembarcou em perfeitas condições de saúde.

Segundo caso em um ano

Esse não foi um caso isolado. Em 2024, um brasileiro chamado Marcelo Osanai também sobreviveu a um naufrágio em mar aberto. Ele viajava como tripulante em um veleiro rumo à África do Sul quando a embarcação afundou devido a danos no casco causados pelas ondas. Assim como no caso recente, Osanai também conseguiu resgate por um cargueiro que passava pelo local.

Esses eventos reforçam a importância da segurança e dos protocolos de emergência no mar. O uso adequado de equipamentos de salvamento, como balsas e sinais de emergência, pode ser decisivo entre a vida e a morte.