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Nordeste pode ganhar ferrovia ligando Atlântico ao Pacífico
17 de abril de 2025 / 12:43

Uma delegação de engenheiros ferroviários do governo chinês esteve em Ilhéus (BA) nesta quarta-feira (16) para avaliar a situação atual das obras da Ferrovia Integração Leste-Oeste (Fiol), com visitas na Fiol 1 e no Porto Sul, buscando estudar a viabilidade de um Corredor Bioceânico Brasil-Peru. 

A princípio, a visita, teve como objetivo analisar a possibilidade de conectar o Porto Sul, no Oceano Atlântico, ao porto peruano de Chancay, no Oceano Pacífico, criando o Corredor Bioceânico Brasil-Peru. 

Conheça o corredor Bioceânico Brasil-Peru

A proposta é estabelecer um corredor ferroviário estruturante para transporte de carga no Brasil, atravessando Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Essa infraestrutura permitiria o escoamento da produção da região central do país até o Porto de Chancay, no Peru.

Assim, a China deverá elaborar um novo estudo voltado à implantação do Corredor Bioceânico Brasil-Peru, visando criar uma rota estratégica para o comércio entre os dois oceanos e ampliar as conexões comerciais entre a China e os países da América do Sul.

Fico-Fiol: projeto ferroviário estratégico

O projeto Fico-Fiol compreende a concessão à iniciativa privada das ferrovias Integração Centro-Oeste (Fico) e Fiol. Prioritário no Novo PAC, o empreendimento prevê 2,7 mil quilômetros de extensão entre Bahia, Goiás e Mato Grosso, com investimentos estimados em R$ 28,7 bilhões. As ferrovias serão integradas à Ferrovia Norte-Sul e à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), fortalecendo a consolidação de um corredor logístico estratégico.​

Porto Sul e Fiol: infraestrutura baiana no centro da integração logística

Ao mesmo tempo, o Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste são fundamentais para o escoamento de minérios e grãos, representando uma grande artéria para o desenvolvimento de novos projetos industriais e agroindustriais. A Malha I da Fiol, com 537 quilômetros entre Caetité (BA) e Ilhéus (BA), é peça essencial na logística de escoamento de cargas.

Dessa forma, a integração com o Porto Sul figura como uma das alternativas mais promissoras para o sucesso do corredor bioceânico. A concessionária Bahia Mineração S.A. (Bamin) é responsável pelas obras do trecho ferroviário e também pela construção do Porto Sul.​

Delegação chinesa realiza avaliações técnicas

Antes de mais nada, a delegação chinesa iniciou a semana visitando as obras do entroncamento entre a Fico-Fiol e a Ferrovia Norte-Sul, em Mara Rosa (GO), ponto exato em que essas ferrovias se encontram. Na última terça-feira (15), os técnicos asiáticos foram recebidos na Casa Civil, em Brasília (DF). Contudo, nesta quinta-feira (17) seguem para o Porto de Santos, dando continuidade à análise da infraestrutura logística brasileira e à articulação com o Corredor Bioceânico Brasil-Peru.

Principais características do Corredor Bioceânico Brasil-Peru

CaracterísticaDetalhes
Extensão totalAproximadamente 2.700 km
Estados brasileiros envolvidosBahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre
Conexão internacionalPorto de Chancay, Peru
Objetivo principalEscoamento de grãos e minérios para o mercado asiático
Investimento estimadoR$ 28,7 bilhões
Integração com outras ferroviasFerrovia Norte-Sul, Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)
Responsável pela construção da FiolBahia Mineração S.A. (Bamin)
Responsável pela construção do Porto SulBahia Mineração S.A. (Bamin)

Corredor Bioceânico Brasil-Peru: o que é?

  • Objetivo: Ao mesmo tempo, criar uma rota ferroviária que conecte o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, facilitando o comércio entre o Brasil e os países da América do Sul, com destaque para a China.​
  • Trajeto: A princípio, a ferrovia partiria do Porto Sul, em Ilhéus (BA), atravessando os estados de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até chegar ao porto de Chancay, no Peru.​
  • Benefícios esperados:
    • Redução do tempo de transporte de cargas entre o Brasil e a Ásia em cerca de dez dias.
    • Diminuição dos custos logísticos para exportadores brasileiros.
    • Integração das regiões produtoras do Centro-Oeste e Norte do Brasil aos mercados internacionais.
    • Estímulo ao desenvolvimento econômico das regiões atravessadas pela ferrovia.​
  • Situação atual: O projeto está em fase de estudos e avaliações técnicas. Contudo, já conta com a participação ativa do governo chinês na análise da viabilidade da construção da ferrovia e da integração com o porto de Chancay.​

Dessa forma, a implementação do Corredor Bioceânico Brasil-Peru representa uma oportunidade estratégica para o Brasil fortalecer sua posição no comércio internacional. E assim, impulsionar o desenvolvimento regional por meio de investimentos em infraestrutura logística.