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Nordestinos realiza maratona solo com apoio de amigos que se revezam
3 de agosto de 2025 / 20:10
Foto: Divulgação

O cearense Roberto Amaral, de 27 anos, decidiu encarar um desafio inusitado: correr a sua própria maratona. O que ele não esperava era que amigos, familiares e até seu filho de 2 anos se uniriam para apoiá-lo durante a jornada. A maratona, que oficialmente abrange 42 quilômetros e 195 metros, ainda não tem uma edição reconhecida em Fortaleza, mas a prefeitura planeja realizar a primeira em 2026, em celebração ao tricentenário da capital cearense.

Enquanto isso, Roberto, que já pratica corrida há mais de uma década, decidiu criar sua própria prova. “Inicialmente, eu tinha a intenção de participar da maratona do Rio de Janeiro em junho, mas devido a uma viagem, precisei desistir. No entanto, não queria deixar de cumprir minha meta do ano, então pensei: ‘Nada me impede de correr em Fortaleza’. Conversei com meu personal trainer e ele topou a ideia de uma preparação de 100 dias.”

Apoio Incondicional

Durante a corrida, amigos e familiares se revezaram para acompanhar Roberto em diferentes trechos. Conhecido como Robertinho, ele frequenta a mesma academia que sua esposa, mãe e padrasto há cinco anos. O grupo de crossfit se tornou uma verdadeira família, e foi esse time que se mobilizou para apoiá-lo em sua maratona.

Com camisetas personalizadas, cartazes e até uma medalha feita especialmente para a ocasião, os amigos montaram uma logística de apoio ao longo do percurso. Isso incluía a oferta de água, isotônicos, primeiros socorros e, principalmente, a companhia. Para isso, acordaram às 3h da manhã.

“Ter a companhia de todos foi mais importante do que correr. Sempre disse que treinar sozinho é difícil, mas correr com alguém muda tudo. O que realmente importa é a presença de quem amamos. Ver meu filho na reta final me deu um gás extra”, compartilhou Roberto.

Um Exemplo para o Filho

Roberto completou sua primeira maratona em 4 horas e 1 minuto, com seu filho Kalel, de 2 anos, ao seu lado nos últimos metros. O pequeno já participou de sua primeira corrida infantil de 1 km, também junto com o pai. “Quero ser um exemplo para ele. Espero que, nos próximos anos, eu possa continuar inspirando e incentivando-o”, disse Roberto.

A esposa de Roberto, Flávia Mesquita, organizou toda a logística do evento junto com a sogra. “No começo, fiquei preocupada com a rotina dele, que é bastante corrida, mas sempre estarei aqui para apoiá-lo. Eu sabia que ele conseguiria. Fiquei muito orgulhosa e emocionada ao vê-lo. Quando ele viu o Kalel, percebi que ele se emocionou. Foi um momento incrível.”

A mãe de Roberto, Geise, também ficou tocada ao ver a superação do filho e o apoio dos amigos. “Foi um momento único. Além da conquista pessoal, isso uniu amigos e família. Meu pai, aos 78 anos, estava radiante por ter vivido esse momento. Ele acompanhou todo o percurso de bicicleta e, ao entregar a medalha ao Roberto, disse: ‘Esta é a primeira medalha que ganho com exercício físico’.”

Preparação Intensiva

Roberto se preparou durante 93 dias, com o suporte de uma nutricionista e um educador físico. Sandra Maia, a nutricionista, celebrou a conquista em tão pouco tempo. “Normalmente, as pessoas se preparam por um ano, mas ele já tinha uma base sólida. A fase mais crítica na alimentação acontece uma semana antes da corrida, quando é necessário fazer o carregamento de carboidratos. Hoje, ele teve suporte com hidratação, isotônicos e sais, já que a previsão era de muito calor. Isso ajudou a evitar a desidratação.”

O treinador de Roberto, Manoel Fernandes, confiou na ideia de uma preparação de três meses. “É um aumento significativo no volume de corrida, e ele precisava ter uma base sólida. Como já pratica outros esportes, sabia que ele conseguiria. Durante os treinos, ele evoluiu muito bem. Corri com ele nos últimos 15 quilômetros, que são os mais desafiadores. Até os 30 km, ele estava bem preparado, mas sabia que a partir daí seria mais difícil. A presença de amigos e familiares foi fundamental para a parte mental, e no final, ele correu até mais forte do que no início.”

Após completar a corrida, Roberto recebeu uma medalha dos amigos e familiares, celebrando sua determinação e o apoio incondicional que o cercou durante essa jornada.