
No Piauí, um alarmante 87,5% dos trabalhadores autônomos atuam sem registro formal, conforme revelado pelos dados de 2024 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 382 mil pessoas com 14 anos ou mais estão empregadas por conta própria no estado, das quais 334 mil não possuem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Apenas 48 mil autônomos, representando 12,5%, têm registro formal, destacando a informalidade como uma das principais características do mercado de trabalho local.
O nível de ocupação no Piauí apresentou um crescimento, atingindo 50,7% em 2024, embora ainda abaixo do recorde de 56,6% registrado em 2015. O estado ocupa a terceira posição no Nordeste em termos de nível de ocupação, atrás de Sergipe (54,7%) e Bahia (51,9%), mas figura como o oitavo menor índice no Brasil.
Setores em Declínio e Ascensão
A agropecuária, que em 2012 empregava 316 mil pessoas, viu seu número de trabalhadores cair para 178 mil em 2024, uma redução de 138 mil. A participação desse setor no total de ocupados despencou de 23,8% para 13%, fazendo com que a agropecuária perdesse a liderança e agora ocupasse a terceira posição.
Além disso, entre 2012 e 2024, a indústria também enfrentou uma queda, perdendo 32 mil vagas e passando de 8,2% para 5,6% do mercado. Os serviços domésticos, por sua vez, caíram ligeiramente de 8% para 7,6%.
A administração pública, no entanto, se destacou com um crescimento significativo, aumentando sua participação de 16% em 2012 para 20,7% em 2024, o que corresponde a um aumento no número de trabalhadores de 213 mil para 284 mil. O comércio também teve um desempenho positivo, com 282 mil ocupados, um aumento de 18 mil em relação a 2012, elevando sua fatia no mercado de 19,9% para 20,6%.
Queda na Sindicalização
O número de sindicalizados no Piauí caiu 39%, passando de 314 mil em 2012 para 191 mil em 2024. A proporção de sindicalizados na população ativa diminuiu de 23,7% para 13,9%, embora o estado ainda mantenha a liderança nacional nesse aspecto. Os estados que seguem o Piauí em termos de sindicalização são Rio Grande do Sul (12,6%), Maranhão (11,7%) e Distrito Federal (11,5%). Por outro lado, Rondônia (4,6%), Goiás (5,4%) e Amazonas (5,5%) apresentam os menores índices.