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O impacto do principal porto público no Nordeste nas exportações e no desenvolvimento econômico
12 de maio de 2025 / 18:01
Foto: Divulgação

O crescimento do PIB do Maranhão, especialmente no setor agrícola, e os investimentos realizados têm tornado as exportações pelo Porto do Itaqui cada vez mais vitais para a geração de emprego e renda no estado. Localizado em São Luís, o Porto do Itaqui se destaca como um ponto estratégico para o escoamento de produtos locais, especialmente grãos, em um cenário econômico globalizado.

Nos últimos anos, o Maranhão tem direcionado esforços para atrair investimentos públicos em setores com potencial de exportação, como a produção de soja e milho na Região Sul do estado. Essa produção tem sido impulsionada pela crescente demanda de países como a China, que buscam grandes quantidades de commodities agrícolas.

O Porto do Itaqui: A Porta de Entrada para o Mercado Internacional

O Porto do Itaqui, inaugurado em 1993, foi fundamental para a criação da Fapcen, uma associação de empresários rurais que buscavam expandir suas operações de soja. Atualmente, o porto é a principal via de acesso aos mercados internacionais, possibilitando que o agronegócio maranhense se destaque, não apenas no estado, mas também em regiões vizinhas.

Entre janeiro de 2019 e junho de 2022, o governo do Maranhão investiu R$ 299 milhões em recursos públicos e R$ 2,7 bilhões em recursos privados no Porto do Itaqui. Esses investimentos visam facilitar o escoamento da produção, o que também gera empregos. Daniel Grolli, diretor-executivo de uma empresa de sementes de soja na região, destaca que 80% de sua mão de obra é resultado das facilidades oferecidas pelo porto.

“Se não tivéssemos essa exportação, seríamos apenas 20% do que somos hoje. O sucesso é devido ao porto, pois o transporte por navio é o mais econômico para levar commodities ao exterior”, afirma Grolli.

Crescimento do PIB e Demanda Internacional

Dados do IBGE mostram que o PIB do Maranhão cresceu 3,4% em 2024, com o setor agropecuário apresentando um aumento de 2,7%. A produção de grãos também teve um crescimento de 1,5%. A China se destaca como o principal parceiro comercial, com exportações que totalizaram US$ 1,8 bilhão, sendo a soja e o algodão os produtos mais demandados.

Gisela Introvini, representante da Fapcen, informa que abril de 2024 registrou a maior movimentação de soja da história do porto, com mais de 2 milhões de toneladas exportadas. Ao longo dos anos, o Porto do Itaqui se tornou um dos principais portos do Brasil, ocupando a 4ª posição em 2023.

Inovações e Expansão do Porto do Itaqui

Os investimentos em modernização e ampliação do Porto do Itaqui têm trazido resultados significativos. A implementação de operações como o “ship-to-ship” tem otimizado o tempo de carga e reduzido custos operacionais. Em 2024, o porto movimentou 34 milhões de toneladas, com recordes em soja, fertilizantes e alumínio.

O Terminal de Grãos (Tegram), inaugurado em 2015, foi uma resposta à necessidade de armazenamento seguro para a produção agrícola. Desde sua criação, o terminal movimentou 84,3 milhões de toneladas de grãos, consolidando o Porto do Itaqui como um corredor essencial para a exportação.

Para 2025, o Porto do Itaqui prevê um aumento na movimentação para 35 milhões de toneladas, com a construção do ‘Novo Berço 98’ em andamento, que permitirá a atracação de mais navios. Além disso, parcerias com instituições de pesquisa visam aprimorar os processos operacionais e tecnológicos do porto.

Os desafios atuais incluem a redução do tempo de espera para embarque e desembarque, além da necessidade de ampliação das instalações para atender a demanda crescente. José Carlos de Paula, presidente da Aprosoja/MA, destaca a importância do porto para a exportação de grãos de diversos estados da região.

O Porto do Itaqui também está se adaptando às exigências ambientais, lançando a Aliança para Descarbonização de Portos, com o objetivo de implementar práticas sustentáveis em suas operações. Os agricultores, por sua vez, buscam novas tecnologias para otimizar a produção e o transporte, refletindo a evolução do agronegócio no Maranhão.