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Obra de Biliu de Campina é declarada patrimônio cultural da Paraíba
7 de maio de 2025 / 10:43
Foto: Divulgação

O legado artístico do cantor e compositor Severino Xavier de Souza, conhecido como Biliu de Campina, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural da Paraíba. A sanção da lei que garante essa proteção foi realizada pelo governador João Azevêdo e publicada no Diário Oficial do Estado da Paraíba nesta quarta-feira, dia 7, após a aprovação na Assembleia Legislativa, com autoria do deputado estadual Delegado Wallber Virgolino.

Com essa nova legislação, o legado de Biliu, que é aclamado por preservar a tradição do forró autêntico e a irreverência cultural nordestina, passa a ser protegido devido à sua importância histórica e cultural para o povo paraibano.

Natural de Campina Grande, Biliu se destacou como um defensor fervoroso das raízes do forró tradicional, tornando-se um ícone da cultura popular do estado. Ao longo de sua carreira, ele acumulou composições que não apenas celebram a identidade nordestina, mas também oferecem uma crítica bem-humorada aos costumes sociais, mantendo sempre um tom festivo característico de sua obra.

Infelizmente, Biliu faleceu em julho de 2024, aos 75 anos, após complicações decorrentes de uma queda que resultou em um sangramento na cabeça. Ele foi internado no Hospital de Trauma de Campina Grande, onde sua condição se agravou, levando à necessidade de cuidados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O artista foi sepultado no Cemitério do Monte Santo, em Campina Grande, em frente ao túmulo do também renomado cantor e compositor Genival Lacerda.

A nova lei entra em vigor imediatamente e representa uma homenagem à trajetória de Biliu, que deixou uma marca indelével nas gerações e continua sendo uma referência no cenário musical nordestino.

Trajetória de Biliu

Biliu de Campina, forrozeiro e graduado em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), decidiu trocar a advocacia pela música em 1978, quando iniciou sua carreira artística. Ele se auto-intitulava o “maior carrego de Campina Grande” e se dedicou a resgatar o forró de raiz.

Durante sua trajetória musical, Biliu lançou três discos independentes: “Tributo a Jackson e Rosil”, “Forró o Ano Inteiro” e “Matéria Paga”, além de dois CDs independentes: “Do Jeito que o Diabo Gosta” e “Forrobodologia”. Em 2002, mantendo seu espírito irreverente, lançou o CD “Diga Sim a Biliu de Campina”, em alusão à campanha nacional contra a pirataria.

O forró de Biliu é caracterizado pela essência dos forrós tradicionais, com um swing que remete aos discípulos de Jackson do Pandeiro. Ao longo de sua carreira em Campina Grande, ele participou de diversas atividades musicais, incluindo ser puxador de samba nos carnavais da Rainha da Borborema, mas seu destaque maior foi no palco do Maior São João do Mundo, realizado no Parque do Povo.

A primeira composição de Biliu foi gravada em 1984, chamada “A Grande Herança”, por Messias Holanda, e ele também criou a banda “Os ETs do Forró”. Em seus três primeiros discos, além de suas composições, incluiu clássicos como “O canto da ema” e “Sebastiana”. Participou, em 1989, de um show com Gilberto Gil no Parque do Povo, que homenageou os 70 anos de Jackson do Pandeiro e lançou o movimento político-ecológico “Onda Azul”.

Em 1999, Biliu foi homenageado durante o Forró Fest e, em 2008, recebeu o troféu Ícone da Cultura do projeto Sesi Forró. Desde então, ele tem estado presente em quase todas as edições do Maior São João do Mundo. Em 30 de março de 2022, Biliu e outros artistas da região foram reconhecidos como novos mestres das artes pela Lei Canhoto da Paraíba.