As obras de triplicação da BR-230 em Cabedelo se arrastam há mais de seis anos, causando transtornos significativos para quem trafega entre João Pessoa e Cabedelo.
Iniciadas em 2017, durante o governo Michel Temer, as obras enfrentaram inúmeras interrupções ao longo dos anos, seja por falta de recursos, seja por problemas com a empresa licitada. Lançado em 2016, o projeto passou por várias paralisações e retomadas, o que agravou os impactos para motoristas e moradores da região.
Em setembro de 2023, o Governo Federal liberou R$ 151 milhões para a retomada dos serviços, que estavam suspensos desde o final de 2022. Apesar das promessas de continuidade, o bloqueio orçamentário anunciado recentemente gerou preocupações, embora o Governo tenha assegurado que isso não afetará o andamento do projeto.
Durante uma visita à Paraíba no último mês de setembro, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que a conclusão das obras no trecho entre Cabedelo e João Pessoa está prevista para 2026.
Nos bastidores, o Ministério dos Transportes aponta a Energisa Paraíba como responsável por parte dos atrasos, devido a questões envolvendo a remoção de postes e redes elétricas. Enquanto isso, o vai e vem das obras, incluindo desvios para a construção de viadutos e vias laterais, tem gerado sérias preocupações, especialmente sobre o aumento do risco de acidentes.
A região afetada pelas obras é estratégica, abrigando a cidade portuária de Cabedelo e um dos destinos turísticos mais visitados da Paraíba. Com a chegada da alta estação em cerca de 40 dias, há um alerta para o possível aumento de acidentes e complicações para o trânsito. Para os usuários do transporte público, a situação é ainda mais desafiadora, com atrasos e mudanças constantes nas rotas.
O projeto contempla a construção de dois viadutos, oito passarelas, 3,3 quilômetros de vias laterais e outros 3,3 quilômetros de triplicação, abrangendo o trecho entre o quilômetro 2 e o 13,8 da BR-230, de um total de 28 quilômetros planejados.
Até agora, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que foram investidos R$ 51 milhões na obra (valor sem atualização monetária), incluindo gastos com o Exército e o consórcio Construcap/Copasa. Em agosto de 2023, além da liberação dos R$ 151 milhões para a retomada, o Governo Federal anunciou um aporte adicional de R$ 300 milhões até 2026, prazo estimado para a conclusão do empreendimento.