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Pequenos negócios impulsionam o crescimento de São Luís nos 413 anos de história
8 de setembro de 2025 / 12:40
Foto: Divulgação

A Praia Grande, um dos locais mais emblemáticos de São Luís, foi o berço do comércio na cidade durante os séculos XVIII e XIX. O Largo do Comércio e o Mercado das Tulhas se destacavam como os principais pontos de venda de grãos e produtos maranhenses, atraindo comerciantes da Praça de São Luís e conectando-se com rotas comerciais que levavam ao Velho Continente. Caixeiros viajantes desempenhavam um papel crucial nesse intercâmbio, enquanto os pregoeiros utilizavam suas vozes para atrair clientes.

Com o passar do tempo, a Praia Grande continuou a influenciar a dinâmica comercial de São Luís, que agora é reconhecida pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. No entanto, o crescimento urbano e a expansão da população resultaram na emergência de novos eixos comerciais, que estão moldando a economia atual da cidade.

Hoje, a Região Metropolitana abriga nove shopping centers e um número crescente de galerias e centros comerciais, refletindo a modernização da cidade, que, apesar das mudanças, mantém seu charme e acolhimento.

Empreendedores como Neide Baldez, da Tok Africano, têm histórias que se entrelaçam com essa evolução. Neide já atuou na Praia Grande e agora compartilha espaço com outras 20 mulheres na Loja Colaborativa Feira MA Preta, localizada no Shopping Rio Anil. Sua trajetória ilustra o crescimento econômico de São Luís, que comemorou 413 anos de fundação em 8 de setembro.

Neide destaca a crescente presença de mulheres no empreendedorismo local, que lideram 47,4% dos negócios na capital. Além disso, o afroempreendedorismo e a economia criativa estão em ascensão, assim como novas modalidades de comércio, como as lojas colaborativas. A digitalização e as vendas online estão transformando o cenário comercial, tornando os pregoeiros do passado uma lembrança distante.

“Vejo São Luís como uma cidade rica em cultura e criatividade, que inspira empreendedores criativos. Contudo, enfrentamos desafios, como a falta de incentivos e a valorização dos nossos produtos. Acredito que, apesar das dificuldades, São Luís é um solo fértil, e nossa história e raízes nos motivam a resistir e inovar”, afirma Neide.

De acordo com dados do Sebrae, os pequenos negócios formais representam quase 95% do total de empresas em São Luís, com 112.145 empresas ativas, das quais 100.591 são pequenos negócios. As microempresas dominam, correspondendo a 42,8% do total, seguidas pelos MEIs com 39,6% e empresas de pequeno porte com 7,21%. O setor de serviços é o mais relevante, com 53,6%, enquanto o comércio ocupa 33,6% do espaço econômico.

Os segmentos que mais se destacam entre os pequenos negócios incluem o comércio varejista de vestuário, serviços de cabeleireiro, restaurantes e lanchonetes. Os bairros com maior concentração de pequenos negócios são Renascença, Turu, Centro, Calhau, Cidade Operária, entre outros, com uma significativa presença no eixo Itaqui-Bacanga, influenciado pela dinâmica do Complexo Portuário de São Luís.

No que diz respeito ao perfil dos empreendedores, 54,6% são homens e 47,4% são mulheres, com uma predominância feminina no setor de serviços. A faixa etária dos sócios também revela um dado interessante: entre os MEIs, a média é de 39 anos; nas microempresas, 44 anos; e nas empresas de pequeno porte, 45 anos. Entre os jovens empreendedores, 65,6% estão na faixa de 18 a 46 anos.

Hugo Goulart, do Complexo Salvatore, acredita que as perspectivas econômicas de São Luís são promissoras, destacando o potencial do turismo e a dinâmica portuária. Ele ressalta a necessidade de um ambiente de negócios mais favorável, com uma gestão pública mais ágil, para estimular ainda mais o empreendedorismo na cidade.

Nilma Marinanto, que comanda a Soar Autopeças, menciona desafios logísticos como um obstáculo significativo. Ela acredita que a expansão do Porto do Itaqui facilitará a chegada de mercadorias, melhorando o fluxo de abastecimento.

Claudia Martins, da Innovaeco, destaca a importância de negócios inovadores e um futuro sustentável para São Luís, com uma economia circular em funcionamento.

Para o economista José Cursino Moreira, fortalecer os pequenos negócios é essencial para o desenvolvimento local. Ele enfatiza a importância de políticas públicas que favoreçam o empreendedorismo, simplificando processos e promovendo um tratamento justo para as micro e pequenas empresas.

As oportunidades em São Luís são vastas, especialmente nas áreas de comércio e serviços, incluindo mercados, bares, restaurantes e serviços de educação e saúde. Com seu rico patrimônio histórico e cultural, a cidade tem potencial para gerar empregos e negócios, à medida que o empreendedorismo é estimulado.