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Pesquisadores desenvolvem tratamento indolor para cáries em superlaboratório
19 de outubro de 2025 / 11:40
Foto: Divulgação

Pesquisadores do superlaboratório Sirius, localizado em Campinas (SP), estão desenvolvendo uma solução inovadora que promete revolucionar o tratamento de cáries, eliminando a necessidade do uso de brocas e anestesia. Utilizando nanopartículas de prata, que são 50 mil vezes mais finas que um fio de cabelo, a nova abordagem visa atacar e eliminar bactérias causadoras de cáries de forma indolor.

O projeto, que faz parte de uma startup formada por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi selecionado por um programa de aceleração tecnológica do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). No superlaboratório, os cientistas têm a oportunidade de observar como essas nanopartículas atuam sobre infecções dentárias, aprimorando a eficácia do produto.

Como Funciona a Solução?

Quando a cárie se instala, bactérias se fixam e se proliferam nas estruturas dentárias. As nanopartículas de prata são introduzidas na dentição, aderindo às bactérias e rompendo suas membranas, o que interrompe o crescimento da cárie e cria uma barreira protetora.

André Galembeck, pesquisador em nanotecnologia, explica: “Desenvolvemos uma formulação que permite tratar a cárie sem o uso de broca ou anestesia, de maneira completamente indolor. Já testamos com grande eficiência em mais de 3 mil crianças, com resultados excelentes em três ensaios clínicos.”

A solução, que está sendo testada em um consultório de Campinas, tem recebido feedback positivo dos pacientes. O estudante Miguel Máximo, que participou dos testes, comentou: “Eu acho muito melhor porque eu não sinto nada e é muito mais fácil do que na broca, né? Porque a broca dói, tem todos os perrengues.”

A ortodontista Daniela Arruda ressalta a precisão do novo tratamento: “Com a broca, é difícil remover apenas o tecido afetado. Com esse produto, você aplica apenas no local desejado, preservando áreas saudáveis do dente. A mancha branca estacionou e as pequenas lesões não evoluíram.”

Além disso, Galembeck destaca que a ausência da broca facilita a colaboração das crianças durante a consulta, reduzindo o tempo necessário para o atendimento. “A maioria do tempo é gasto convencendo a criança a abrir a boca, pois elas têm medo da maquininha. Se não temos a broca, o processo se torna mais tranquilo.”

Próximos Passos no Desenvolvimento

O trabalho realizado no Sirius também está focado no desenvolvimento de um novo produto que visa prevenir infecções dentárias, criando condições que dificultem a adesão das bactérias na estrutura do dente. Os testes são cruciais para garantir a segurança do produto antes de sua comercialização.

Ohanna Costa, pesquisadora do CNPEM, enfatiza a importância desses estudos: “Aqui, eles obtêm informações seguras para disponibilizar esse produto à sociedade, compreendendo os mecanismos de crescimento e quaisquer riscos potenciais. Estudar o produto em diversas fases antes de lançá-lo ao público aumenta a confiança no projeto.”

Após a fase de testes no Sirius, a startup retornará a Pernambuco, onde as pesquisas sobre o tratamento e prevenção de cáries com nanopartículas de prata tiveram início. A empresa buscará a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a comercialização do produto, com a expectativa de que essa inovação beneficie amplamente a população.