
Um estudo realizado pela Secretaria de Planejamento do Piauí (Seplan) aponta que, até 2070, o estado enfrentará um aumento significativo na população idosa e uma queda no número de nascimentos. A pesquisa revela que a proporção de idosos para cada 100 jovens deve saltar de 72,4 em 2023 para impressionantes 350,5.
Esse envelhecimento da população terá um impacto considerável nos serviços públicos, especialmente nas áreas de educação e saúde. A expectativa é que a demanda por creches, escolas e ensino básico diminua, enquanto os atendimentos médicos voltados para doenças crônicas devem aumentar substancialmente.
Perspectivas Demográficas
O levantamento indica que a população do Piauí deverá crescer até 2036, mas a partir desse ano, começará a declinar, com uma previsão de redução de 11,55% até 2070. A faixa etária predominante também mudará: atualmente, a maioria da população está na faixa dos 15 aos 44 anos; em 2070, a faixa etária mais comum será entre 50 e 74 anos. A idade média da população deve aumentar de 34,8 para 49,5 anos.
A redução populacional começará em 2037, antes mesmo que a taxa de mortes supere a de nascimentos, o que deve ocorrer em 2042. Esse fenômeno é atribuído à migração, onde a saída de moradores do estado é maior do que a chegada de novos habitantes.
A taxa de dependência, que mede o número de pessoas que necessitam de cuidados para cada 100 indivíduos em idade ativa, deve dobrar até 2070, passando de 55,7 para 106,8. O aumento mais acentuado será entre os idosos, cuja dependência deve subir de 23,4 para 83,1.
Impactos na Educação e Saúde
A previsão é de que a demanda por educação diminua em mais de 50% até 2070, especialmente nas áreas de creches, pré-escolas e ensino básico. Em contrapartida, a saúde enfrentará um aumento nos diagnósticos de doenças crônicas, como AVC, problemas renais, cardíacos e artrite, que devem crescer mais de 67%. Isso exigirá adaptações nos serviços de saúde para atender adequadamente a população idosa.
O cuidado com os idosos, especialmente aqueles que sofrem de doenças crônicas, frequentemente recai sobre as mulheres, especialmente em famílias de baixa renda. Essa situação pode impactar negativamente o trabalho e a renda dessas mulheres.
Além disso, a menor procura de homens por atendimento médico pode ocultar casos de doenças crônicas, mas isso não altera as previsões de demanda por serviços de saúde.