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Política pública e incentivos fiscais impulsionam protagonismo do Nordeste na transição energética
11 de agosto de 2025 / 15:57
Foto: Divulgação

O Nordeste brasileiro vem se consolidando como líder nacional na transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável. Com destaque para fontes como energia solar e energia eólica, a região é hoje referência em produção e inovação no setor. A princípio, esse avanço não seria possível sem o apoio de políticas públicas energéticas e incentivos fiscais federais e estaduais que atraem investimentos, geram empregos e promovem o desenvolvimento regional.

Nordeste: centro da energia renovável no Brasil


Segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o Nordeste concentra mais de 80% da capacidade instalada de energia eólica no país e possui destaque crescente na geração distribuída de energia solar. Consequentemente, esse desempenho é resultado direto de ações estratégicas de fomento à indústria renovável.

Além das condições naturais favoráveis, como altos índices de radiação solar e ventos constantes, o apoio de políticas fiscais bem estruturadas tem sido fundamental para consolidar o papel da região no cenário nacional e internacional da transição energética.

Políticas públicas energéticas e benefícios fiscais: os pilares do avanço


Abaixo, listamos cinco ações de incentivo fiscal e políticas públicas que vêm garantindo o protagonismo do Nordeste no setor energético e consolidando a região como um dos principais polos de geração limpa no país:

✅ 1. Isenção do ICMS na microgeração e minigeração de energia renovável (Convênio ICMS 16/2015)
Estados nordestinos como Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Paraíba aderiram ao convênio que isenta o ICMS incidente sobre a energia elétrica excedente gerada por sistemas fotovoltaicos e eólicos conectados à rede. Essa política reduz significativamente o custo da geração distribuída, incentivando residências, empresas e cooperativas a investirem em energia limpa.

✅ 2. Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa)
Embora federal, o Proinfa favoreceu diretamente o Nordeste, ao garantir a contratação de energia eólica em estados como RN, BA e CE ainda nos anos 2000. O programa estabeleceu as bases para a formação dos primeiros parques eólicos na região, que hoje lidera o ranking nacional.

✅ 3. Redução do IPI e outros tributos para equipamentos de energia solar
O governo federal aplica redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e isenções de PIS/Cofins para equipamentos como módulos fotovoltaicos, inversores e baterias, o que facilita a nacionalização de componentes e atrai fábricas para o Nordeste. Estados como a Bahia, por exemplo, contam com zonas francas industriais, como o Polo de Camaçari, que vêm recebendo empresas do setor.

✅ 4. Políticas estaduais de atração de investimentos (como o RN Sustentável)
Estados como o Rio Grande do Norte possuem programas voltados à atração de empresas do setor energético, com benefícios como redução de ICMS, crédito presumido e acesso à infraestrutura. O RN, inclusive, é líder nacional em geração eólica e tem investido em capacitação técnica e parcerias com universidades.

✅ 5. Leilões regionais e políticas de contratação de energia via ACR (Ambiente de Contratação Regulada)
O governo federal realiza leilões específicos para fontes renováveis, nos quais projetos localizados no Nordeste têm alto índice de aprovação devido aos custos competitivos e à previsibilidade da geração. Além disso, políticas de longo prazo no setor energético oferecem estabilidade jurídica, o que atrai investimentos internacionais para a região.

Transição energética e inclusão social


Além dos impactos econômicos, o avanço da energia limpa no Nordeste promove inclusão social e desenvolvimento regional. Afinal, projetos de geração distribuída em comunidades rurais, cooperativas de energia solar para agricultores familiares e programas de capacitação técnica têm levado benefícios concretos para populações historicamente marginalizadas.

Portanto, com políticas públicas bem desenhadas, um ambiente regulatório favorável e a continuidade de incentivos fiscais, o Nordeste se consolida não apenas como produtor de energia renovável, mas como protagonista de um novo modelo energético brasileiro — mais justo, inclusivo e sustentável.