
Os primeiros trens do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Salvador e da região metropolitana foram oficialmente apresentados no dia 3 de dezembro em evento realizado na Avenida Paralela, uma das principais vias da capital baiana. De acordo com o governo do estado, os testes nos trilhos estão programados para iniciar no começo de 2026. A composição veio da fábrica da Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF), localizada em Hortolândia, São Paulo, onde passou por ajustes técnicos e operacionais. Cada trem é formado por sete módulos distribuídos em três seções. Este avanço no projeto ocorre após o início do descarregamento dos trilhos para o Trecho 2 do VLT, que conectará Paripe a Águas Claras, com as primeiras peças sendo instaladas entre a rotatória do Hospital do Subúrbio e Águas Claras.
Em setembro, o governo da Bahia formalizou um financiamento de R$ 600 milhões com a Caixa Econômica Federal para as obras de mobilidade urbana, destacando o projeto do VLT como foco principal. O modelo dos trens foi divulgado em setembro e o governador Jerônimo Rodrigues visitou a fábrica em Hortolândia, acompanhado por lideranças comunitárias do subúrbio, área beneficiada pelo modal. Durante essa visita, o grupo teve a oportunidade de conhecer o exterior dos veículos e entrar em um dos trens que estava sendo preparado com pintura, plotagem e ajustes técnicos.
Entretanto, as obras também têm gerado desconfortos, especialmente para os moradores do bairro de Plataforma, que reclamam da desapropriação de casas para a construção do VLT. Alguns dizem ter sido surpreendidos pelas notificações e afirmam que não houve diálogo suficiente com a comunidade. A Companhia de Transportes da Bahia (CTB), responsável pelo projeto, esclareceu que as desapropriações seguem critérios técnicos e são discutidas individualmente, considerando a legislação e as necessidades das famílias e da obra. Além disso, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não identificou bens tombados federais na área, embora a fábrica São Braz seja protegida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac).
O projeto do VLT conta com investimento de R$ 5,4 bilhões e interditará 40 km de trilhos, abrangendo 42 paradas, chegando até o bairro do Comércio. A construção está dividida em três trechos com avanços distintos: 33,79% no Trecho 1 (Calçada à Ilha de São João), 19,99% no Trecho 2 (Paripe a Águas Claras) e 2,11% no Trecho 3 (Águas Claras a Piatã), com previsão de conclusão para 2028. O sistema terá tecnologias modernas como Wi-Fi gratuito em 35 pontos, catracas automáticas, integração por fibra óptica com o metrô, câmeras equipadas com inteligência artificial e painéis digitais para informar em tempo real, proporcionando uma revolução no transporte público da Bahia e beneficiando milhares de usuários.