
Um ambicioso projeto no Rio Grande do Norte visa o desenvolvimento, construção e lançamento de 12 nanossatélites, com previsão de início das operações em 2027. Esses pequenos satélites, que terão aproximadamente 30 cm de altura, serão utilizados para monitorar o território do estado, com foco em aplicações práticas e impacto social significativo.
Entre as principais funções dos nanossatélites estão:
- Monitoramento ambiental;
- Gestão de recursos hídricos;
- Apoio à economia do mar;
- Prevenção de desastres naturais.
O Projeto Constelação Potiguar foi oficialmente lançado durante o I Workshop da Constelação Potiguar, realizado na Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal, no dia 29 de setembro.
De acordo com a Agência Espacial Brasileira (AEB), os nanossatélites são satélites artificiais de massa inferior a 10 kg, com muitos modelos pesando menos de 1 kg. A maioria tem formato cúbico, sendo conhecidos como cubesats. Os modelos que serão desenvolvidos no Rio Grande do Norte terão cerca de 30 cm de altura e serão lançados do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim, na Grande Natal.
O professor Moisés Cirilo, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), destacou que esses nanossatélites podem ser fundamentais para projeções ambientais e econômicas, além de ações preventivas. Ele mencionou que o monitoramento da costa, incluindo embarcações, e a análise de características climáticas e logísticas são algumas das aplicações potenciais.
O projeto também visa consolidar o Rio Grande do Norte como um polo nacional de inovação aeroespacial. Os pesquisadores enfatizam a localização estratégica do estado, próxima à linha do Equador, que é ideal para lançamentos espaciais, e as condições favoráveis que o tornam um centro de referência nesse setor. Olavo Bueno, diretor-presidente do Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX), ressaltou a importância do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, que opera desde a década de 1960.
Além disso, o projeto busca promover a formação de mão de obra qualificada e estimular o surgimento de startups de base tecnológica, potencializando ainda mais seu impacto transformador. Bueno também explicou que a tendência atual é o uso de pequenos satélites, que são mais econômicos e oferecem uma solução mais adequada para a obsolescência tecnológica em comparação aos grandes satélites.
O Workshop também incluiu uma mesa-redonda sobre fomento e financiamento em ciência, tecnologia e inovação, discutindo estratégias de investimento em projetos de alto impacto. O projeto conta com a colaboração de diversas instituições públicas, acadêmicas e empresariais, incluindo:
- Agência Espacial Brasileira (AEB);
- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE);
- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN);
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
- Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa);
- Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN);
- Marinha do Brasil;
- Defesa Civil;
- Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern);
- Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Rio Grande do Norte (OAB/RN);
- Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn).
Esse projeto representa um passo significativo para a tecnologia espacial no Brasil e promete trazer benefícios substanciais para o estado.