A Executiva Nacional do PSDB qualificou a desfiliação da vice-governadora Priscila Krause e dos 32 prefeitos que foram eleitos pelo partido em Pernambuco como um “ato de extrema deslealdade”. Essa saída em massa ocorreu em resposta à intervenção no diretório estadual, onde a presidência foi destituída devido a “ingerência externa e desvio da política nacional do partido”.

O deputado Álvaro Porto, presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), foi nomeado interventor e, ao assumir, anunciou que o PSDB não faz mais parte da base da governadora Raquel Lyra, que, após ser eleita pelo partido, se filiou ao PSD há menos de um mês.

Durante as eleições de 2024, o PSDB foi o partido que mais elegeu prefeitos no estado, mas atualmente não possui nenhum. A desfiliação de Priscila Krause ocorreu em um curto espaço de tempo, durando menos de um mês. O PSDB ressaltou que os prefeitos que deixaram a sigla foram beneficiados com recursos do fundo eleitoral e considerou a saída um ato desleal, embora a Executiva Nacional já esperasse essa movimentação.

A nota oficial do PSDB declarou que, com a posse de Álvaro Porto, o partido se reorganiza com um foco claro nas eleições de 2026. A nova liderança está comprometida em preparar a legenda para integrar a chapa majoritária, visando tanto o governo quanto o Senado, além de formar uma chapa competitiva para as candidaturas a deputado federal e estadual.

A intervenção nacional no PSDB está prevista para durar 180 dias, com possibilidade de prorrogação. Essa ação resultou na destituição do empresário Fred Loyo, que era aliado da governadora Raquel Lyra, e que também se desfiliou do partido em uma carta conjunta com os prefeitos e a vice-governadora.

O partido justificou a intervenção afirmando que a decisão foi baseada em critérios jurídicos e políticos, visando garantir a independência da legenda em relação ao governo estadual. Além disso, a Executiva Nacional mencionou que Raquel Lyra continuava exercendo influência sobre o PSDB em Pernambuco, o que tornou necessária a reorganização.

Aliados da governadora, durante a troca de partidos, afirmaram que Raquel tentava manter controle sobre a legenda através da vice-governadora. O novo presidente da Alepe, que tem ligações com o grupo político do prefeito do Recife, João Campos (PSB), chegou a criticar a gestão da governadora, insinuando que o governo estadual não estava entregando resultados.

Os prefeitos que se desfiliaram do PSDB publicaram uma carta conjunta onde afirmaram que a intervenção era “injustificável” e “sem legitimidade política”, caracterizando-a como um episódio de violência política e desrespeito às normas do partido. Priscila Krause também se manifestou, descrevendo a intervenção como um ato que não respeita os princípios democráticos que sempre foram defendidos pelo PSDB.

Os prefeitos que deixaram o PSDB são:

• André Raimundo – prefeito de Cachoeirinha
• Aninha da Ferbom – prefeita de Nazaré da Mata
• Berg de Hacker – prefeito de Rio Formoso
• Beto do Sargento – prefeito de Belém de Maria
• Biu Abreu – prefeito de Orobó
• Dió Filho – prefeito de Riacho das Almas
• Diógenes Patriota – prefeito de Tuparetama
• Diogo – prefeito de Barra de Guabiraba
• Dona Graça – prefeita de Catende
• Dr. Pedro Alves – prefeito de Iguaraci
• Duguinha – prefeito de São Joaquim do Monte
• Eder – prefeito de Vicência
• Elizinho – prefeito de Carnaubeira da Penha
• Fátima Borba – prefeita de Cortês
• Izalta – prefeita de Ibirajuba
• Joelda Pereira – prefeita de Tacaimbó
• Joia – prefeito de Salgadinho
• Júnior de Rivaldo – prefeito de Saloá
• Júnior Pinto – prefeito de Exu
• Luciano Bonfim – prefeito de Triunfo
• Márcia Barreto – prefeita de Joaquim Nabuco
• Marlos Henrique – prefeito de Maraial
• Paulo Galvão – prefeito de Itamaracá
• Pollyanna Abreu – prefeita de Sertânia
• Professora Elcione – prefeita de Igarassu
• Rael – prefeito de Vertentes
• Ramos – prefeito de Paulista
• Rodrigo Pinheiro – prefeito de Caruaru
• Simãozinho – prefeito de Alagoinha
• Teto Teixeira – prefeito de Moreilândia
• Wellington – prefeito de Ibimirim
• Xicão Tavares – prefeito de Verdejante

A governadora Raquel Lyra, ao ser procurada, optou por não comentar a situação.