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Quase 25% da população de Jaboatão está em áreas de risco de deslizamentos e inundações, revela estudo da UFPE
16 de julho de 2025 / 17:12
Foto: Divulgação

Um estudo realizado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) revelou que cerca de 25% da população de Jaboatão dos Guararapes, localizada na Região Metropolitana do Recife, reside em áreas suscetíveis a deslizamentos e inundações. Isso representa aproximadamente 160.516 pessoas em situação de vulnerabilidade na cidade.

A apresentação do levantamento ocorreu na terça-feira (15) e foi feita à prefeitura por uma equipe da UFPE que está desenvolvendo um Plano para Redução do Risco de Desastres nas cidades do Grande Recife, com financiamento do governo federal.

O estudo detalhou a situação de risco da população, que se divide da seguinte forma:

  • Risco médio: 45.147 pessoas
  • Risco alto: 60.417 pessoas
  • Risco muito alto: 53.638 pessoas

Os bairros mais afetados por áreas de risco incluem:

  • Curado: 48 setores
  • Muribeca: 37 setores
  • Jardim Jordão: 34 setores
  • Sucupira: 33 setores

Na reunião que discutiu os resultados, estiveram presentes o prefeito Mano Medeiros (PL), membros do Departamento de Ciências Geográficas da UFPE, além de representantes da Defesa Civil municipal e estadual, do governo de Pernambuco e do Ministério das Cidades, que participou de forma virtual.

Fabrizio Listo, coordenador técnico do plano e professor da UFPE, destacou que Jaboatão é o quarto município do Brasil com maior número de habitantes expostos a riscos de desastres. Ele enfatizou que o estudo é uma ferramenta atualizada para a gestão de riscos, permitindo que a prefeitura priorize ações nas áreas com maior grau de vulnerabilidade.

No bairro Jardim Jordão, a dona de casa Tânia da Silva compartilhou sua preocupação ao viver aos pés de uma barreira. Ela mencionou que, durante as chuvas, o medo se intensifica. “Quando estamos dormindo e chove, não sabemos o que pode acontecer. Colocaram um plástico, mas isso não resolve. Aqui, o problema é a barreira e o esquecimento. Se consertassem essa barreira, já seria um grande alívio”, disse.

Outra residente, a aposentada Maria de Lourdes da Silva, expressou seu temor em relação à sua segurança e à dificuldade de locomoção. “O barro vai caindo e temos medo. Recentemente, disseram na televisão que teríamos muito vento e chuva. A gente vive com medo, pois já ocorreram deslizamentos e casas caíram. Se tivéssemos outra opção, não estaríamos aqui. Vivemos, mas com medo”, relatou.

Esta apresentação foi a segunda etapa do plano entregue à prefeitura. O prefeito Mano Medeiros comentou que a partir de agora, o foco será na identificação dos riscos e na colaboração com órgãos federais e estaduais para captar recursos que intensifiquem as ações nas áreas mais críticas do município.