
O Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, elaborado pela rede MapBiomas, revelou que em 2024, o estado do Piauí registrou uma área desmatada que é três vezes maior do que a registrada em 2019. Um único imóvel rural no estado desmatou impressionantes 13.628 hectares em apenas três meses, o que equivale a uma taxa de seis hectares por hora.
Os quatro municípios que lideram o aumento proporcional da área desmatada em 2024 estão localizados no Piauí: Canto do Buriti, Jerumenha, Currais e Sebastião Leal. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (15), o Piauí ocupa a quarta posição no ranking nacional de desmatamento entre as unidades federativas.
Em Sebastião Leal, a área desmatada em 2024 é dez vezes maior do que a registrada em 2019, colocando o município entre os cinco que mais desmataram no Brasil no ano passado.
De acordo com o MapBiomas, a agropecuária é a principal responsável pelo desmatamento no Piauí, representando mais de 90% do total. Outros fatores que contribuem para a perda de vegetação nativa incluem a expansão urbana e desmatamentos relacionados a projetos de energia renovável.
Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, destacou que o desmatamento de 13.628 hectares em um único imóvel rural na região de Currais foi autorizado para fins agropecuários e que a área total desmatada pode alcançar até 30 mil hectares, indicando que menos da metade do previsto foi desmatada até agora em 2024.
Comparativo de área desmatada no Piauí:
- 2019 – 42.022,5 ha
- 2020 – 77.034,7 ha
- 2021 – 69.683,9 ha
- 2022 – 148.281,7 ha
- 2023 – 135.984,6 ha
- 2024 – 142.871,2 ha
Comparativo de área desmatada em Sebastião Leal (PI):
- 2019 – 124,4 ha
- 2020 – 8.054,6 ha
- 2021 – 5.613,7 ha
- 2022 – 19.984,9 ha
- 2023 – 4.305,8 ha
- 2024 – 12.407,1 ha
O estudo também aponta que a região conhecida como Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é responsável por 75% do desmatamento no Cerrado e cerca de 42% da perda de vegetação nativa em todo o Brasil. Juntamente com o Pará, esses estados respondem por 65% da área desmatada no país em 2024.