
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, anunciou que o estado enfrentará um impacto financeiro significativo, estimado em mais de R$ 377 milhões, devido à nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Essa medida, que exclui algumas mercadorias da isenção, afetará diretamente itens essenciais da pauta de exportação do estado, como frutas e açúcar, com este último apresentando uma exportação anual de 58 mil toneladas.
Em resposta a essa situação, Raquel Lyra fez um apelo ao governo federal para que sejam adotadas ações que protejam os empregos e as empresas pernambucanas. Entre as solicitações da governadora estão a criação de linhas emergenciais de crédito e a implementação de medidas compensatórias para os setores impactados.
Atualmente, cerca de 4,5% das exportações de Pernambuco têm como destino os Estados Unidos, totalizando aproximadamente US$ 54 milhões. Produtos como mangas, uvas, cana-de-açúcar e aço não foram isentos da tarifa, o que poderá resultar em prejuízos significativos para esses segmentos.
Medidas propostas pelo estado
- Disponibilização de linhas emergenciais de crédito, através do Banco do Nordeste, com condições especiais de carência, prazos e taxas;
- Implementação de medidas compensatórias, incluindo incentivos à diversificação de mercados internacionais e facilitação de acesso a países parceiros;
- Promoção dos interesses dos setores produtivos do Nordeste nas negociações com os Estados Unidos.
Raquel Lyra destacou que a decisão do presidente Donald Trump, que justifica a tarifa com alegações de ameaças à segurança nacional e à política externa dos EUA, gera instabilidade e pode prejudicar as relações comerciais com Pernambuco. A governadora enfatizou a importância de proteger os empregos que dependem da economia local e anunciou que, na próxima terça-feira, irá a Brasília, junto com outros governadores do Nordeste, para uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A ordem executiva que instituiu a nova tarifa foi assinada por Trump, que alega que ações recentes do Brasil representam uma ameaça à segurança e à economia dos Estados Unidos. Além da taxação, a ordem inclui críticas ao governo brasileiro, citando a suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro e práticas que violam direitos humanos. O texto menciona diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acusando-o de censura e de imposições que afetam empresas americanas.
Em um desdobramento adicional, Trump também cancelou os vistos de Moraes, de seus aliados no STF e de seus familiares, como parte das sanções impostas.