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Reino Unido restitui fósseis de 100 milhões de anos que foram retirados ilegalmente do Brasil
2 de abril de 2025 / 20:35
Foto: Divulgação

Fósseis de insetos com aproximadamente 100 milhões de anos, extraídos ilegalmente da Chapada do Araripe, no Ceará, foram repatriados ao Brasil após serem levados clandestinamente para o Reino Unido. O retorno de 25 dessas peças ocorreu em março, conforme informações do Ministério Público Federal (MPF).

Os fósseis, que foram anunciados em um site ilegal especializado na venda de rochas e fósseis, chegaram a Brasília na última semana. O destino final desses materiais será o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, localizado em Santana do Cariri, que abriga o acervo paleontológico da região. Após a conclusão de estudos, a intenção é expor os fósseis no museu.

A repatriação foi resultado da atuação do MPF, que recebeu uma denúncia de uma pesquisadora em fevereiro de 2023. Após a confirmação da origem brasileira dos fósseis por meio de laudos paleontológicos, foi feito o pedido de devolução, após a investigação conduzida pelo procurador da República Rafael Ribeiro Rayol. O laudo técnico revelou a presença da pedra cariri nos fósseis, um material característico da Formação Crato, presente nos municípios de Santana do Cariri e Nova Olinda.

Além disso, a análise das peças indicou que elas passaram por um processo de preparação para serem vendidas a preços mais altos no mercado de colecionadores.

As autoridades britânicas foram contatadas pela Secretaria de Cooperação Internacional do MPF, que buscou apoio para localizar o responsável pela venda ilegal, além de obter informações sobre a origem do material e garantir seu retorno ao Brasil. O MPF informou que continuará a investigação para identificar os responsáveis pela extração ilegal desse patrimônio público.

Desde 2022, mais de mil fósseis de animais e plantas da Chapada do Araripe foram repatriados pelo Ministério Público, sendo que muitos foram retirados clandestinamente e enviados para coleções privadas e museus em outros países, frequentemente sem o registro científico adequado. Outros casos ainda estão sendo analisados na Justiça da França, incluindo um esqueleto quase completo de pterossauro da espécie Anhanguera e mais 45 fósseis de tartarugas marinhas, peixes, répteis, insetos e plantas, avaliados em quase 600 mil euros.

O Cariri, no Ceará, é reconhecido como um dos melhores locais do mundo para a descoberta de fósseis preservados.