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Reserva ecológica no Nordeste protege a Caatinga e incentiva o ecoturismo
24 de agosto de 2025 / 19:33
Foto: Divulgação

Uma reserva ecológica situada na zona rural de Picuí, no Curimataú paraibano, desempenha um papel crucial na preservação do bioma Caatinga, reconhecido como um dos mais importantes do planeta. Desde sua criação em 2005, a iniciativa tem contado com a colaboração de pesquisadores universitários para fomentar o ecoturismo na região.

A Reserva Olho D’Água das Onças abrange mais de 20 hectares dedicados à conservação ambiental. O nome da reserva remete a relatos da década de 1970 sobre a presença de onças da espécie suçuarana na área, que, segundo especialistas, desapareceram devido à ação humana.

Buba Germano, o fundador da reserva, destacou que a missão do espaço é proteger o bioma Caatinga, assegurando a biodiversidade para as futuras gerações. “A missão é preservar a diversidade do bioma caatinga, vidas humanas, animais e vegetais. Nós temos que formar as novas gerações do que a natureza nos ofereceu para que no futuro a gente não passe pelo que estamos passando no mundo”, explicou.

Dados do sistema MAPBiomas indicam que a Paraíba registrou mais de 600 alertas de desmatamento da Caatinga apenas no primeiro semestre deste ano. Apesar desses números alarmantes, houve uma redução de quase 50% nos alertas, resultando na preservação de mais de 5 mil hectares de vegetação nativa, evidenciando a importância das reservas ecológicas.

Neste ano, que marca duas décadas de atuação da Reserva Olho D’Água das Onças, o local foi reconhecido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como uma unidade de conservação de domínio privado, reforçando o compromisso com a conservação da área.

Através de pesquisas acadêmicas, diversas espécies de fauna e flora nativas foram catalogadas na reserva. Além de contribuir para a ciência, o espaço também se tornou uma fonte de renda para as famílias que residem nas proximidades. Agricultores locais veem na biodiversidade uma oportunidade de negócio, desenvolvendo produtos artesanais.

A associação Mulheres da Quixaba, que atua ativamente na reserva, representará a Paraíba na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30. Adriana Mahomed, agricultora e empreendedora da região, afirmou: “Na zona rural é bem difícil a parte financeira, a gente tem que ter a renda vinda da agricultura familiar. Nessa associação são 25 mulheres, algumas produzindo e outras na parte de gestão. E a gente está com muito entusiasmo para fortalecer ainda mais a agricultura familiar.”

As parcerias com outros projetos que visam a preservação do meio ambiente e do bioma Caatinga são mantidas. A reserva também oferece um restaurante e museus que narram a história da região. Excursões frequentes levam crianças para conhecer a rica biodiversidade local, assegurando que as novas gerações aprendam sobre a importância da preservação ambiental.