
O consumo de arroz e feijão no Brasil apresenta uma queda significativa, atingindo os menores índices desde a década de 1960. Em 2024, a insegurança alimentar afetou 29,4% dos lares no Rio Grande do Norte, uma redução em comparação aos 33,7% registrados no ano anterior, marcando a menor taxa do Nordeste.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10), cerca de 371 mil residências no estado enfrentaram algum nível de insegurança alimentar ao longo do ano passado.
O IBGE revelou que todos os estados do Nordeste apresentaram uma diminuição nas taxas de insegurança alimentar. Apesar da queda no Rio Grande do Norte, a taxa local ainda é superior à média nacional de 24,2%. O Piauí lidera o ranking da região, com 39,3% dos domicílios em situação de insegurança alimentar.
Distribuição da Insegurança Alimentar no RN
O levantamento aponta que, em 371 mil residências potiguares, pelo menos um membro da família percebeu algum grau de insegurança alimentar, que pode ser classificado em três níveis: leve, moderado e grave. A analista do IBGE, Maria Lucia Vieira, explicou que a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) é utilizada para avaliar a percepção das famílias sobre sua segurança alimentar e nutricional em suas experiências diárias.
- Insegurança alimentar leve: 19,3% dos domicílios, o que equivale a 243 mil residências, relataram preocupações sobre o acesso a alimentos no futuro e o consumo de alimentos de qualidade inferior para preservar a quantidade disponível.
- Insegurança alimentar moderada: 6,3% dos lares, caracterizada pela redução na quantidade de alimentos ou mudanças nos padrões alimentares devido à falta de alimentos para os adultos.
- Insegurança alimentar grave: 3,9% das residências, ou cerca de 49 mil domicílios, enfrentaram a falta de alimentos, incluindo as crianças, tornando a fome uma realidade vivida no lar.
O módulo de Segurança Alimentar da Pnad Contínua é realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Ele fornece dados sobre a condição de segurança alimentar nas residências do país, utilizando a EBIA como referencial metodológico, permitindo identificar e classificar os domicílios conforme a severidade da insegurança alimentar vivenciada pelas famílias.