
Os dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que mais de 285,3 mil pessoas no Rio Grande do Norte possuem alguma deficiência. Esse número representa 8,8% da população do estado, superando a média nacional de 7,3%. O Rio Grande do Norte ocupa a quinta posição em termos de proporção de pessoas com deficiência, tanto no Nordeste quanto em todo o Brasil.
A taxa de deficiência é maior entre as mulheres, alcançando 9,7%, enquanto entre os homens o percentual é de 7,9%. Nos municípios com mais de 100 mil habitantes, Mossoró se destaca com a maior proporção, registrando 9,1%, seguido por Natal (8,7%), São Gonçalo do Amarante (8,8%) e Parnamirim (6,1%).
Ao analisar a faixa etária, os dados indicam que a proporção de pessoas com deficiência aumenta com a idade, atingindo 24,9% entre os residentes com 60 anos ou mais. Para as mulheres idosas, esse número é ainda mais significativo, chegando a 26,8%, em comparação a 22,5% entre os homens.
Dados sobre deficiências específicas
O Censo também aponta que o Rio Grande do Norte apresenta taxas mais elevadas de dificuldades funcionais permanentes em relação ao Brasil em todas as categorias:
- Enxergar: 4,8% no RN contra 4,0% no Brasil
- Ouvir: 1,5% no RN contra 1,3% no Brasil
- Andar: 3,0% no RN contra 2,6% no Brasil
- Pegar objetos: 1,5% no RN contra 1,4% no Brasil
- Dificuldades mentais: 1,7% no RN contra 1,4% no Brasil
Comparando com o Nordeste, os resultados do RN são similares ou ligeiramente inferiores, exceto na limitação mental, onde a taxa no estado (1,7%) é superior à média da região (1,6%). Em Mossoró, as limitações para enxergar e para andar ou subir foram ligeiramente mais altas (4,7% e 3,2%, respectivamente), enquanto Parnamirim registrou os menores valores em todas as categorias, especialmente para a dificuldade de ouvir (0,9%). São Gonçalo do Amarante, por sua vez, teve a maior proporção de pessoas com dificuldade para enxergar (5,3%).
No que diz respeito a múltiplas dificuldades, o Rio Grande do Norte apresentou uma proporção de 2,3%, acima da média nacional de 2% e próxima à do Nordeste, que é de 2,4%. A maioria das pessoas com deficiência relatou apenas uma limitação funcional.
Educação e analfabetismo
Os dados do Censo também revelam que a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência no Rio Grande do Norte é maior do que a média nacional, com 35,9% entre homens e 25,8% entre mulheres, em comparação a 22,9% e 20,1% no Brasil. Entre pessoas sem deficiência, os percentuais no RN (12,7% e 7,6%) também superam os do Brasil (5,8% e 4,7%), mas são inferiores à média do Nordeste (12,6% e 9,0%).
O analfabetismo aumenta com a idade e é mais elevado entre pessoas com deficiência. Entre os idosos (60 anos ou mais), a taxa é de 40,74% para pessoas com deficiência, em contraste com 27,77% para aquelas sem deficiência. Entre os jovens de 15 a 17 anos, a diferença também é significativa (10,08% contra 1,23%).
Domicílios com pessoas com deficiência
De acordo com o Censo 2022, 21,21% dos domicílios no Rio Grande do Norte têm pelo menos uma pessoa com deficiência, enquanto no Brasil esse percentual é de 16,84% e no Nordeste de 20,44%. Esse padrão sugere uma maior prevalência ou identificação de pessoas com deficiência no estado. Parnamirim, por outro lado, apresenta os menores percentuais em todas as categorias, com 14,93% de domicílios que incluem pessoas com deficiência.