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RN é um estado atrasado economicamente
31 de dezembro de 2024 / 16:31
Foto: José Aldenir – Agora RN

O Rio Grande do Norte enfrenta problemas que mantêm seu desenvolvimento econômico abaixo do potencial. Apesar de sua localização privilegiada e recursos naturais, o estado atrasado não acompanha o crescimento de vizinhos como Ceará e Pernambuco, devido a gargalos logísticos, gestão fiscal ineficiente e uma economia pouco diversificada.

A infraestrutura do RN é um entrave ao crescimento. Cerca de 74% da produção estadual é escoada por portos em estados vizinhos, como Pecém (CE) e Suape (PE), o que reduz a arrecadação e encarece a logística. As rodovias estaduais estão em condições precárias, enquanto o porto de Natal e o aeroporto de São Gonçalo do Amarante não atendem às necessidades do mercado. A falta de modernização dessas estruturas compromete a competitividade do estado e afasta investimentos.

Aspecto fiscal, o RN tem a maior despesa com pessoal do Brasil em relação à sua receita corrente líquida, o que limita severamente sua capacidade de investimento. O aumento do ICMS para 20% gerou maior arrecadação, mas não resolve os problemas financeiros crônicos. O governo estadual precisa reduzir despesas obrigatórias, como a folha de pagamento, e reestruturar suas contas para liberar recursos destinados a investimentos.

A economia do RN sofre com pouca diversificação. O estado depende de setores tradicionais, como agropecuária e comércio, que respondem por 76% do PIB. A participação da indústria de transformação caiu de 25% para 14% em quatro décadas, reduzindo a geração de empregos e a resiliência econômica. Em comparação, estados vizinhos têm avançado com indústrias de maior valor agregado, atraindo novos negócios e dinamizando suas economias.

Por outro lado, o RN possui recursos promissores. É líder nacional em geração de energia eólica e possui potencial para explorar energias renováveis offshore e hidrogênio verde. A modernização da legislação ambiental pode destravar grandes projetos industriais e ampliar a arrecadação. A proposta de descentralizar processos de licenciamento, por exemplo, permite que o estado foque em iniciativas de maior impacto, como petróleo e energia renovável.

Parcerias Público-Privadas (PPPs) são outra oportunidade para suprir a falta de capacidade de investimento. Recentemente, o governo lançou editais para projetos como a modernização do Centro de Convenções e a Estrada da Pipa. Contudo, sem a criação de um fundo garantidor, essas PPPs podem não atrair investidores. Ajustes administrativos são necessários para dar maior segurança jurídica e viabilidade econômica a esses projetos.

O RN só poderá superar seus problemas econômicos com uma gestão mais eficiente e focada em resultados concretos. Investir em infraestrutura logística, reestruturar as contas públicas e simplificar processos regulatórios são passos urgentes. A atração de indústrias de transformação e diversificação da base econômica são caminhos para o estado avançar em competitividade e melhorar a qualidade de vida de sua população.