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São Luís completa 413 anos e revela a história dos imóveis históricos do Monte Castelo
9 de setembro de 2025 / 16:38
Foto: Divulgação

As construções do Monte Castelo, localizadas na Avenida Getúlio Vargas, em São Luís, são um importante testemunho da evolução urbana da cidade, que este ano completa 413 anos. Embora muitas dessas casas apresentem fachadas diferentes e algumas estejam em ruínas, elas representam um período significativo da história local, quando a classe média começou a se expandir para além do Centro Histórico.

O bairro, que antes era conhecido como Areal devido à sua grande quantidade de areia, passou por uma transformação significativa nas décadas de 1930 e 1940. Durante esse tempo, chácaras e sítios foram substituídos por residências amplas e arejadas, marcadas pela inovação do concreto armado, que revolucionou a arquitetura na época.

De acordo com o geógrafo Luiz Eduardo Neves, professor da UFMA e ex-morador do bairro, foi na década de 1950 que o Monte Castelo começou a apresentar o estilo dos bangalôs, que ainda é lembrado por muitos. “A maioria das casas começou a ser construída nos anos 40 e 50. Muitas são em estilo bangalô, popularizado nos Estados Unidos e também em capitais brasileiras. Era algo totalmente diferente do que se via no Centro Antigo, com o uso do concreto armado e influências do art déco”, explica Neves.

Os bangalôs, que têm suas origens na Índia, se tornaram populares no século 19 nos Estados Unidos e, posteriormente, no Brasil. Em São Luís, essas residências abrigaram famílias ligadas ao comércio e à indústria, muitas vezes servindo inicialmente como casas de veraneio, mas que com o tempo se tornaram moradias permanentes.

A urbanização do Monte Castelo teve início no final da década de 1930, quando a Ullen Company instalou um motor de geração de energia elétrica na região. Essa inovação trouxe melhorias significativas à Avenida Getúlio Vargas, que passou a contar com pavimentação e iluminação, elevando seu status durante o governo de Paulo Ramos, interventor do Maranhão na Era Vargas.

Atualmente, muitas das residências originais do Monte Castelo estão deterioradas e perderam suas características arquitetônicas. Algumas casas foram transformadas em clínicas, enquanto outras permanecem fechadas e sem uso. Segundo especialistas, não há iniciativas de tombamento histórico específicas para preservar essas construções.

“Poucas casas hoje, no início do século 21, permanecem com a forma original. Algumas estão preservadas porque são de concreto armado, mas não têm nenhum uso. Esse tipo de casa merece ser tombado para preservar seu estilo. Seria ideal que o Estado ou a prefeitura adquirisse essas propriedades e destinasse um uso adequado, como um museu”, sugere Luiz Eduardo Neves.