João Pessoa 24.13 céu limpo Recife 26.02 algumas nuvens Natal 25.12 algumas nuvens Maceió 22.69 algumas nuvens Salvador 24.98 céu limpo Fortaleza 27.07 algumas nuvens São Luís 27.11 céu limpo Teresina 33.84 céu limpo Aracaju 24.97 céu limpo
Secretaria de Saúde de Natal alerta sobre riscos da ciguatera e recomenda evitar peixes suspeitos
16 de maio de 2025 / 09:39
Foto: Divulgação

A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) divulgou uma nota técnica nesta quinta-feira (15) orientando sobre o consumo de pescados, após a ocorrência de surtos de intoxicação alimentar com suspeita de ciguatera na cidade. Em 2025, pelo menos três surtos foram registrados, mas a pasta assegura que o consumo de peixe continua seguro, especialmente os de águas profundas.

Entre as recomendações, a SMS sugere que os consumidores perguntem aos fornecedores sobre as espécies de peixes disponíveis e, como medida de precaução, evitem aqueles que estão sob suspeita. Apesar dos casos, a SMS enfatiza que não há motivos para pânico e que o consumo de pescados deve ser mantido.

O caso mais significativo ocorreu entre os dias 5 e 6 de maio, quando 13 pessoas apresentaram sintomas após comerem peixe em um restaurante local. Três delas necessitaram de hospitalização, mas já estão recuperadas. A equipe de vigilância sanitária inspecionou toda a cadeia produtiva do alimento, desde a preparação até a compra.

A ciguatera é uma intoxicação alimentar causada pela ingestão de peixes contaminados com toxinas de microalgas que proliferam em recifes de corais. Os peixes frequentemente associados a essa intoxicação incluem garoupas, barracudas, moreias e badejos, embora a literatura indique que mais de 400 espécies podem estar contaminadas.

Três surtos em Natal

A SMS informou que o surto de maio foi o terceiro registrado em Natal em 2025. Nos surtos anteriores, os peixes consumidos foram do tipo bicuda e arabaiana. No terceiro surto, os peixes associados aos sintomas foram a arabaiana e o dourado. Em anos anteriores, peixes como guarajuba e barracuda também apresentaram a toxina em casos suspeitos.

José Antônio de Moura, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), reiterou que o consumo de peixes na capital é seguro, mas recomendou evitar peixes costeiros. A SMS continua monitorando casos suspeitos e realizando investigações epidemiológicas, além de inspeções sanitárias.

A nota também traz recomendações para serviços de alimentação, incluindo:

  • Informar aos clientes sobre a espécie de peixe utilizada nos pratos, de forma impressa no menu;
  • Restringir a oferta de peixes associados a suspeitas de ciguatera;
  • Guardar amostras de peixe por 72 horas, conforme decreto municipal;
  • Comunicar às autoridades sanitárias sobre queixas de sintomas compatíveis com ciguatera.

Os profissionais de saúde devem identificar e notificar casos suspeitos de intoxicação. José Antônio de Moura reforçou que não há motivo para pânico, mas é importante que a população solicite informações sobre os pescados e procure atendimento médico ao apresentar sintomas.

Recentemente, 13 pessoas foram internadas na Casa de Saúde São Lucas em Natal, com suspeita de intoxicação por ciguatera. Os sintomas observados incluem diarreia, vômito, dores de cabeça e abdominais, além de sintomas neurológicos como formigamento e inversão de calor. O tempo médio entre a ingestão do peixe e o início dos sintomas foi de cerca de 4 horas.

O alimento suspeito foi recolhido e enviado para análise, com a expectativa de que os resultados demorem mais de 30 dias. O surto ocorreu em um evento médico, onde 35 pessoas foram contatadas, das quais 13 apresentaram sintomas.

Como ocorre a intoxicação

A intoxicação por ciguatera ocorre após a ingestão de peixes contaminados com ciguatoxinas, que são produzidas por um organismo marinho chamado Gambierdiscus toxicus. Essas toxinas se acumulam nos peixes e podem ser transferidas para os humanos. Importante destacar que as ciguatoxinas não podem ser eliminadas pelo cozimento ou congelamento, e não existe tratamento específico para a ciguatera.

Os sintomas da intoxicação incluem:

  • Sintomas Gastrointestinais: dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreias;
  • Manifestações Neurológicas: disestesia paradoxal, fraqueza muscular, cefaleias e visão turva;
  • Alterações Cardiovasculares: bradicardia e hipotensão arterial.

O tratamento é focado no alívio dos sintomas e suporte ao paciente. José Antônio de Moura ressaltou que a intoxicação não é letal, mas recomenda cautela, especialmente evitando peixes costeiros durante períodos críticos. Para mais informações, a população pode contatar o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.