
Os profissionais de saúde do Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF) em Fortaleza realizaram uma manifestação no Centro da cidade nesta quinta-feira (13), em protesto contra a proposta de reajuste salarial apresentada pela Prefeitura. O movimento também exigiu a regularização da oferta de insumos e medicamentos, além de melhorias nas condições de trabalho no hospital. A paralisação durou cerca de 30 minutos.
A proposta da Prefeitura sugere um reajuste salarial de 4,83%, a ser dividido em duas parcelas. No entanto, os servidores afirmam que o valor não atende às necessidades da categoria, que inclui demandas como vale-alimentação e planos de cargos e carreiras.
Durante a manifestação, uma das servidoras destacou: “Estamos buscando melhoria salarial, melhores insumos e segurança. O que está acontecendo é que esse aumento, na verdade, representa uma diminuição salarial”. Outro servidor acrescentou que a atenção básica de saúde, juntamente com a atenção secundária e primária, está enfrentando um decréscimo em relação à disponibilidade de insumos e medicamentos.
A falta de insumos e medicamentos é uma das principais preocupações dos profissionais de saúde. Pacientes do IJF relataram que, em algumas situações, são orientados a comprar seus próprios medicamentos e insumos. Rosângela Costa, acompanhante de um paciente, expressou sua frustração: “Pedimos e dizem que não têm. A recomendação é para que compremos fora”. Jorge Oliveira, que recebeu atendimento após queimaduras, também comentou sobre a situação: “Disseram que, se eu pudesse, trouxesse as ataduras, pois as disponíveis aqui não eram de boa qualidade”.
Em nota, o IJF informou que enfrenta uma dívida pública herdada de 4,6 bilhões e um decreto de contingenciamento em vigor, o que levou à redução dos salários dos funcionários, das gratificações e do número de terceirizados. A Prefeitura argumenta que a proposta de reajuste busca viabilizar um aumento que corresponda à inflação de 2024 dentro do exercício de 2025, tentando evitar perdas acumuladas para os servidores.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Ceará (Sindsaúde/CE) declarou que não houve acordo e que a proposta de reajuste foi rejeitada pelos servidores durante reunião na Assembleia Legislativa do Ceará.