
A Stellantis, proprietária da Fiat, anunciou um investimento significativo no Polo Automotivo de Goiana, localizado na Zona da Mata Norte de Pernambuco, com a previsão de lançar até 2030 seis novos modelos de veículos, todos com foco na eletrificação. O destaque entre esses lançamentos será o primeiro carro híbrido desenvolvido na fábrica pernambucana, cuja estreia está prevista para o primeiro semestre do próximo ano, coincidentemente com o início das operações da nova fábrica da concorrente BYD em Camaçari, na Bahia.
O anúncio foi realizado durante uma coletiva de imprensa no Recife, onde o presidente da Stellantis na América do Sul, Emanuele Cappellano, revelou que a montadora planeja investir R$ 13 bilhões nos próximos cinco anos. “Estamos desenvolvendo um portfólio amplo em termos de tecnologia, com uma plataforma flexível que permitirá lançamentos graduais de modelos com maior potencial para o mercado brasileiro”, afirmou Cappellano.
Além do híbrido, a unidade de Goiana também começará a produzir uma nova marca, cuja identidade ainda não foi divulgada. Não há informações sobre se essa marca já é conhecida no Brasil ou se será uma novidade exclusiva da planta pernambucana, nem sobre a data de lançamento no mercado.
Completando uma década de operações, o Polo Automotivo de Goiana possui capacidade para produzir 280 mil veículos anualmente, representando 10% da produção total de automóveis no Brasil. Desde sua inauguração, a fábrica já produziu quase 2 milhões de veículos das marcas Jeep, Fiat e Rampage, com 250 unidades exportadas para 16 países, gerando cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos na região.
Cappellano também destacou que os investimentos visam avançar na descarbonização da frota, aumentando a produção de veículos eletrificados. Ele ressaltou que os carros híbridos, especialmente os movidos a etanol, apresentam um ciclo de vida com emissões de CO2 comparáveis ou até melhores do que os veículos elétricos na Europa e nos Estados Unidos.
Apesar dos avanços, o presidente da Stellantis reconheceu que a produção de veículos no Nordeste enfrenta desafios, especialmente em relação à competitividade com outras regiões do país. Ele enfatizou a necessidade de investimentos em infraestrutura, como a construção do Arco Metropolitano, que conectará o Polo de Goiana ao Porto de Suape, visando reduzir os custos logísticos, que são elevados devido à distância dos mercados de venda, localizados principalmente no Sul do Brasil.
Cappellano concluiu que melhorar a infraestrutura e aproximar os fornecedores são passos essenciais para aumentar a competitividade da produção automotiva na região.