
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, fez um pronunciamento na última quinta-feira (31) sobre as implicações do novo aumento de tarifas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entrará em vigor nesta quarta-feira (6). O estado do Ceará, que possui uma significativa dependência das exportações para os EUA, é considerado o mais afetado por essa medida, o que gera preocupações em diversos setores da economia local.
Em resposta ao que tem sido chamado de “tarifaço”, Elmano apresentou uma série de estratégias para mitigar os potenciais danos. Entre as ações planejadas, destacam-se:
- Reuniões com setores afetados: O governador planeja realizar encontros com representantes de setores que serão mais impactados, como pescados, castanha de caju, água de coco, cera, couros e calçados. O objetivo é ouvir as demandas e compartilhar decisões que possam ajudar a enfrentar a situação.
- Agilidade nas exportações: Para evitar prejuízos antes da implementação das novas tarifas, o governo estadual busca acelerar o processo de exportação para os EUA. Elmano está em contato com a Receita Federal e o Ibama para facilitar o desembaraço das mercadorias no Porto do Mucuripe.
- Fortalecimento de novos mercados: O governador também está em busca de alternativas para diversificar os mercados compradores, com uma reunião já agendada com o Consulado da China. Ele se comprometeu a fazer o que for necessário para proteger a economia cearense.
- Compra de mercadorias locais: Elmano mencionou a possibilidade de adquirir produtos de agricultores locais, especialmente perecíveis, para programas sociais e equipamentos públicos, ajudando assim a movimentar a economia local.
Durante seu discurso, Elmano enfatizou a importância da união entre todos os setores para enfrentar os desafios impostos pelas novas tarifas, ressaltando que o momento exige um esforço conjunto, além de deixar de lado questões políticas e ideológicas.
Os produtos de siderurgia, que representam a principal exportação do Ceará, foram isentos das novas tarifas, ao contrário dos pescados, que enfrentarão uma taxação de 50%. Em 2024, os pescados foram o segundo produto mais exportado pelo estado para os EUA, com um total de US$ 54 milhões, sendo que US$ 52 milhões desse montante foram destinados ao mercado americano.
O Ceará, que já tem uma alta dependência das exportações para os Estados Unidos, viu suas vendas para o país representarem 44,9% de todas as suas exportações em 2024. Em comparação, o Espírito Santo, o segundo estado mais dependente, vendeu apenas 28,6% de seus produtos para os EUA. Apesar dessa dependência, o Ceará ocupa apenas a décima segunda posição entre os maiores exportadores brasileiros para os EUA, com São Paulo liderando com um volume de exportações significativamente maior.
A situação atual gera um clima de apreensão entre os empresários cearenses, que buscam alternativas para lidar com as novas tarifas. O desafio de diversificar mercados é reconhecido, mas é um processo que pode levar tempo, enquanto os efeitos das tarifas já são sentidos de forma imediata.